quinta-feira, maio 8

Dia da Endometriose


7 de maio é o Dia Internacional da Endometriose.
Inteligência Artificial (IA) e Endometriose: Como a tecnologia pode ajudar milhões de mulheres? Hapvida utiliza IA para identificação e tratamento precoce no Brasil. O projeto Linha de Cuidado para Endometriose encerrou sua fase piloto em Fortaleza recentemente e, com cerca de 2500 mulheres participantes, já se destaca como modelo de tratamento e controle da doença.
Em curso desde maio de 2024, com um número de quase 2500 mulheres acompanhadas com a patologia na rede Hapvida em Fortaleza, o projeto Linha de Cuidado para Endometriose, que utiliza Inteligência Artificial (IA) associada à oferta de tratamento especializado, já apresenta resultados relevantes e pode mudar os rumos de como lidamos com a doença atualmente. Em 2025, o programa inicia a etapa de expansão para outros estados. Neste março de Luta contra Endometriose, essa é uma ótima notícia para uma quantidade crescente de brasileiras, que sofrem inúmeras limitações e frustrações em decorrência da doença.
O Ministério da Saúde estima, que oito milhões de mulheres enfrentam Endometriose no Brasil. Diante do diagnóstico, segundo a Associação Brasileira de Endometriose (ABE), 57% delas apresentam dores crônicas fortes, sendo a doença a causa da infertilidade em mais de 30% dos casos. A patologia está relacionada a lesões e a alterações no aparelho reprodutor feminino que podem afetar outros órgãos na cavidade abdominal. Ainda que sejam mais comuns sintomas como a piora das cólicas, o sangramento contínuo e os incômodos debilitantes, ela pode ser assintomática.
Como funciona a IA-Por contar com a possibilidade da ausência de sintomas, o diagnóstico dessa patologia pode ser desafiador. Nesse ponto é que o projeto Linha de Cuidado para Endometriose torna-se pioneiro e inovador, já que parte de uma varredura por IA e análise de todos os laudos de exames de imagem das pacientes, que foram realizados na rede própria da Hapvida – ultrassonografia (abdome, transvaginal e mapeamento específico), tomografia ou ressonância magnética (abdome e pelve). Sejam esses exames realizados a nível de urgência, eletivos para investigação ou preventivos, todos serão analisados por uma IA específica, desenvolvida pela Hapvida a partir do modelo BERT – método avançado de Processamento de Linguagem Natural com Machine Learning e treinado para ter acurácia progressiva na leitura de laudos. Esse processo facilita o rastreamento ativo e, muitas vezes, a identificação prematura da doença, propiciando um cuidado precoce.
Por esse rastreio, a inteligência artificial faz a análise de achados nos laudos, que podem sugerir Endometriose, a exemplo de Endometrioma, espessamento do ligamento útero-sacro, nódulos hipoecoicos, entre outros. Os laudos sinalizados como positivos pela IA são reanalisados pela equipe de médicos especialistas e, havendo pertinência, é acionada uma equipe multiprofissional especializada para a abordagem rápida de suporte e de acompanhamento personalizado à paciente identificada.
Os primeiros resultados têm sido tão animadores para a equipe médica idealizadora do projeto: a redução de cerca de 50% da necessidade de intervenções cirúrgicas, graças ao diagnóstico e ao tratamento precoces, em comparação com análises proporcionais de atendimentos em anos anteriores. Para o diretor médico, Pedro Sabino, e para o gerente médico, Gabriel Corrêa, da Hapvida, a etapa inicial de rastreio é a mudança de paradigma para uma jornada clínica bem-sucedida, que possibilite para a paciente um dia a dia sem limitações decorrentes da doença. “Estamos falando de um quadro de saúde crônico, em que direcionamentos errados podem levar à perda da qualidade de vida, a complicações e a acometimentos sistêmicos, muitas vezes demandando cirurgias”, relata o médico Gabriel.
De acordo com a diretora executiva de Telessaúde e Centros Clínicos da Hapvida, Ádria Cândido, o principal objetivo de todo o esforço da equipe médica em empreender essa nova abordagem é garantir que cada paciente receba o suporte necessário para viver melhor. “Nosso objetivo é audacioso, mas acreditamos, que é possível, sim, melhorar a qualidade de vida das nossas pacientes com Endometriose, para que elas vivam sem dor; é unir tecnologia e humanização para garantir às mulheres um diagnóstico rápido, seguido por tratamentos alternativos e eficazes, que podem evitar intervenções mais invasivas”, ressalta.
Em 2025, o projeto Linha de Cuidado para Endometriose iniciou a fase de expansão. Há três meses, chegou à rede Hapvida de Curitiba e, em abril, está sendo ampliado para São Paulo, com objetivo de atender 9 mil mulheres. A expansão está prevista também para Recife e Goiânia, ainda neste semestre. Até o final do ano, deve chegar, inicialmente, a Belo Horizonte, seguida pelas demais praças brasileiras.
“Sentir dor não é normal”-Na vida da fisioterapeuta Gardênia Sampaio, de 43 anos, a Endometriose deu sinais desde a adolescência. “Eu sentia cólicas muito fortes, cansaço, menstruação bem desregulada, com o fluxo ou intenso demais ou pouco demais, irritabilidade, enxaqueca, dores na relação sexual”, enumera. Ela chegou ao diagnóstico somente há sete anos, durante uma crise de dor intensa, quando foi levada à emergência. “Achava que era dor nos rins, porque era forte demais. Depois de muita investigação, descobri uma Endometriose bastante avançada, já no intestino, e fui encaminhada à cirurgia”, relata a fisioterapeuta. Ela conta ainda que sentir dores e ter uma vida mais limitada, em decorrência da doença, parecia normal. “A gente cresce ouvindo que é tudo normal, que essas dores são coisas de mulher mesmo. Mas não é. Sentir dor não é normal”, enfatiza.
Beneficiária da Hapvida há quase 20 anos, Gardênia logo foi convidada a participar do projeto Linha de Cuidado da Endometriose, para ela, um marco na sua convivência com a doença. “A cirurgia não cura. A doença não vai embora. Por ser crônica, o grande desafio é saber conviver com ela, e não só tomando remédios, mas comendo de maneira adequada, sendo ouvida, diante de tantas dúvidas e fragilidades. Para mim, o projeto é um divisor de águas, porque a gente recebe todas as orientações de que precisamos para ter qualidade de vida. Além de toda a orientação com médicos especializados, eu destaco muito o acompanhamento psicológico, que é incrível. Se for comparar com um ano atrás, sou hoje outra pessoa; tenho outra vida”, resume.
GUIA DE CONSULTA RÁPIDA | MAIS DADOS
PROJETO LINHA DE CUIDADO PARA ENDOMETRIOSE HAPVIDA
Jornada de Cuidado
* Rastreamento precoce para identificar a Endometriose.
* Identificação do problema e encaminhamento ao tratamento especializado que conta com médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas, preparados para lidar com a doença de maneira aprofundada. O acompanhamento inclui aumento no tempo de consulta, maior frequência de retornos, tratamento medicamentoso e apoio psicológico ininterrupto.


Etapas da Jornada:
  • Queixa inicial: Paciente vai ao ginecologista.
  • Exames: Realização de exames como tomografia, ressonância e ultrassonografia.
  • Análise por IA: Laudos dos exames são analisados por uma IA específica desenvolvida pela Hapvida.
  • Base de Dados: Caso haja identificação de Endometriose, é acionada a equipe multiprofissional.
  • Acolhimento e proatividade: A equipe de enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas entra em contato com a paciente, explicando o contexto e realizando educação em saúde.
  • Agendamento e continuidade: Agendamentos para consultas com médicos especialistas são feitos, e o acompanhamento é contínuo.
Dados Fortaleza
  • Início: 13 de maio de 2024.
  • Mulheres rastreadas: 4793
  • Mulheres que aceitaram participar: 2494
  • Mulheres que efetivaram consultas: 1646
  • Média de idade das pacientes: 35,4 anos
  • Principais resultados já mensurados:
  • Por meio do acompanhamento multidisciplinar realizado, o controle da doença vem sendo bastante eficaz. Nesse sentido, a Endometriose não agrava a ponto de demandar intervenções cirúrgicas.

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