A Era Rogério Ceni no Fortaleza começa, amanhã (6) contra o Juazeiro, às quatro da tarde, no Centro de Treinamento Ribamar Bezerra, em Maracanaú. No outro sábado (13), no estádio Bezerrão, em Brasília, tem amistoso festivo contra o Gama (DF), que vai apresentar o zagueiro Lúcio, ex-Seleção Brasileira. Este será o primeiro jogo festivo nacional do centenário de fundação do time, que acontece em 18 de outubro próximo.
Porém desde 26 de dezembro de 2017, Rogério Ceni, vem revolucionando o Fortaleza. Quer treinos, como na estrutura do clube.
Ceni com sua prancheta na mão não se limita nesta pré-temporada a acompanhar os exames físicos e médicos dos jogadores. Colocou os jogadores para trabalhar em campo. “Ele está indo nos dois expedientes, manhã e tarde diariamente. Mas pelo pouco que a gente viu até agora, ele está dedicando vinte e quatro horas por dia ao Fortaleza”, garante o diretor operacional e de projetos sociais do time, coronel Plauto de Lima.
E isso é verdade, pois desde 26 de dezembro do ano passado, Ceni ralizou 16 treinamentos com bola. Inclusive já definindo o time base para o Campeonato Cearense, onde o Fortaleza estreia, em 17 de janeiro, contra o Uniclinic, no estádio Presidente Vargas.
Mesmo o mando dessa partida sendo do Uniclinic, a diretoria e a torcida prometem fazer uma grande festa para o primeiro jogo oficial de Ceni no comando técnico leonino. “Vamos levar bandeira dos Rogério Ceni, bandeirão e poderemos fazer o destacado mosaico humano”, informa o presidente da torcida organizada Leões do Álvaro Weyne, Demontier Lima, que considera "excelente o relacionamento de Ceni com a torcida. Ele nos recebeu muito bem e estamos de bem com ele".
Ceni tem adotado o estilo paizão para os jogadores. Principalmente para o atacante Victor Jacaré. É um jogador de 18 anos, vindo das categorias de base, que se destacou pela Seleção Cearense Sub-20 e pelo Icasa (CE), nas disputas da Taça Fares Lopes, no Estado.
“É um atleta com muito potencial, que está treinando conosco no elenco profissional e contamos com ele para a temporada 2018, tendo em vistas as adaptações e avaliações do Rogério Ceni”, afirma o diretor de futebol Daniel de Paula Pessoa, que lembra o zagueiro Murilo, de 18 anos que veio do São Paulo indicado por Ceni, como outra promessa. “O Murilo está trabalhando conosco e está buscando um lugar na equipe”, acrescenta. Da base tem ainda os jogadores de linha Wesley, Dênis, Sérgio e Andrey, que Ceni está trabalhando.
Mas há elogios também para o trabalho de Ceni por parte dos 20 jogadores mais experientes (12 contratados e oito renovações). Todas indicações do treinador para campanha do Campeonato Cearense e as disputas da Série B do Campeonato Brasileiro.
Quem é o porta-voz desses atletas apontados por Rogério Ceni é o diretor de futebol Daniel de Paula Pessoa: “Estamos tendo uma resposta muito positiva dos atletas pelo projeto Centenário-Ceni. Quando o Rogério aqui esteve no início do trabalho, no começo de dezembro de 2017, ele falou que gostaria de contar com 25 atletas no elenco. Desses 25 atletas, são quatro goleiros e estamos trabalhando com 21 atletas de linha”, destaca Daniel.
Segundo o diretor de futebol, o Fortaleza, a pedido de Ceni, fez oito renovações de jogadores, que ascenderam da Série C 2017para Série B 2018: goleiro Marcelo Boeck, lateral direito Felipe; zagueiros Ligger e Adalberto; lateral esquerdo Bruno Melo; volantes Anderson Uchoa e Pablo; o atacante Paulo Sérgio. E já efetivou 12 novas contratações apontadas por Rogério Ceni: lateral direito Tinga; os zagueiros Róger Carvalho e Diego Jussani; lateral esquerdo Leonan; volante Derley; meias João Henrique, Alípio, Edinho e Alan Mineiro; e os atacantes Gérman Pacheco, Gustavo e Léo Natal.
“Com isso estamos com o elenco praticamente definido para a temporada. Talvez mais uma contratação para ao ataque. Mas todos estão gostando e se adaptando ao estilo do professor Rogério Ceni. Não há reclamação. Ela vem trabalhando de forma inovadora, conseguindo unir treino com bola e preparação física”, lembra Daniel de Paula.
As mudanças com a chegada de Ceni começaram pela transferência do local de treinamento. Saiu do Estádio Alcides Santos, no Pici, em Fortaleza; para o Centro de Treinamento Ribamar Bezerra, em Maracanaú. Por pedido de Ceni, o Alcides Santos passa por uma drenagem para colocação de um gramado de melhor qualidade. Na seguência, vem uma academia, hotel e museu. O Departamento de Obras já está com as plantas montadas para começar as obras a medida que as verbas forem entrando. Estas obras, Ceni quer deixar como legado no Fortaleza.
O presidente Marcelo Paz é taxativo: “Rogério Ceni foi contratado por um ano. Apostamos num contrato de um ano. Não queremos, que acabe em três meses no Estadual, onde nossa meta é chegar na final e o sucesso conquistar o título de campeão. Ai partimos com Ceni para a Série B do Campeonato Brasileiro com a meta de ficarmos entre os dez primeiros e o sucesso conseguir o acesso para Série A a partir da quarta colocação, que pode ser a terceiro, segunda e sermos campeões da B. Vamos ter a coragem de mudar se for preciso do meio do caminho, mas nem sempre essa mudança é na comissão técnica”.
Durante o seminário “O Fortaleza do Centenário”, realizado na sexta-feira (5), no auditório Blanchard Girão, da Secretaria de Esporte do Ceará, em prédio anexo à Arena Castelão, Marcelo Paz citou que o orçamento anual do time para 2018 é de R$ 25 milhões, sendo pouco mais de R$ 2 milhões por mês. “Estamos buscando agregar a marca Ceni e a marca do centenário para atrair sócio torcedor, patrocinadores e doadores. É o trabalho de muitos com um pouquinho de cada”, diz Paz.
Para o presidente, com a chegada de Ceni, o Fortaleza está se revolucionando: “Com a chegada dele estamos tendo mais visibilidade nacionalmente. Isso dá autoestima para o nosso torcedor, incentivar novos patrocinadores, pois a nossa marca fique mais em evidência e formação do elenco fica mais qualificada. Como o Rogério Ceni trabalha num nível de excelência muito alto na questão estrutural, a gente tem buscado atender tudo isso, como compra de equipamentos, melhorias de estrutura física, detalhes na cozinha, nos alojamentos, no campo. Com o Ceni estamos tendo uma oportunidade de crescimento. Estamos muito satisfeitos na forma como ele trabalha. Da boa convivência, do quanto ele é profissional, quanto ele trabalha, da forma que a gente vem percebendo positivamente como ele vem gerindo o grupo de atletas”, lembra Marcelo Paz.
Ceni conseguiu só para a camisa que ele usa nos treinos e nas entrevistas coletivas três patrocinadores: refrigerantes Frevo, Servis Segurança e Otoclínica. A diretoria está prospectando outros patrocinadores para Ceni e para o Fortaleza, como a Caixa Econômica Federal para ser master para camisas dos jogadores. “Enviamos toda documentação exigida pela Caixa e estamos no aguardo na análise técnica dela”, revelou Marcelo Paz.
Segundo Paz, a convivência de Ceni com a diretoria é a melhor possível. “Ceni conversa com a gente sobre a gestão. Estamos abertos para o diálogo com ele. A gente tem que aproveitar a presença de um profissional como ele é, que tem uma larga experiência num clube grande a nível mundial como o São Paulo”. Paz enumerou o que Ceni pediu e o que está sendo atendido: “Ele pediu um melhor campo de treinamento. Estamos atendendo colocando um tapete verde (gramado) no Alcides Santos. A parte de alimentação e acomodação dos atletas, que ele pediu melhorias. Melhoramos o cardápio, o refeitório com um mix de produtos de qualidade que a gente já está oferecendo para os atletas. A Academia, que estamos construindo na beira do campo. Isso a curto prazo vai favorecer a gestão Rogério Ceni, enquanto treinador do Fortaleza; mas a longo prazo fortalece o clube. Estamos melhorando pontualmente o CT Ribamar Bezerra, que era uma estrutura, que não era utilizada pelo elenco profissional. Passamos a usar e lá montamos uma sala especial para a Comissão Técnica comandada por Ceni, onde ele faz todo o planejamento”.
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