Capoeiristas participam de promoção do Patrimônio Cultural


Instrumentos como atabaque e berimbaus, artesanatos e oficinas relacionados à Capoeira ganharam espaço de divulgação na Campanha Conectando Patrimônios: redes de artes e sabores. Lançada no Ceará nesta quarta-feira (5), a ação é realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com comunidades detentoras. O objetivo é promover o Patrimônio Cultural Imaterial, incentivando a venda de produtos associados a bens registrados em todo o país.

Diante da situação de emergência em Saúde pública, decorrente da pandemia do novo coronavírus, shows, apresentações e todo tipo de evento tiveram de ser adiados em todo o Brasil. Isto impactou o cotidiano de festas e rituais realizados por mestres e mestras de bens registrados como Patrimônio Cultural do Brasil. Neste cenário, essas comunidades buscaram alternativas para lidar com o isolamento social. O Ciclo do Marabaixo (AP), por exemplo, foi realizado por meio de lives e bailes do Fandango Caiçara tiveram transmissão on-line. Grupos de carimbó também realizaram rodas transmitidas pelas redes sociais.

Com o objetivo de criar um espaço de visibilidade para detentores e suas respectivas manifestações culturais, a campanha possui um site, que vai apresentar coletivos de detentores de vários estados com os seus respectivos contatos de telefone e redes sociais. Quem se interessar, poderá entrar nas páginas virtuais dos coletivos e adquirir produtos desses grupos, como gêneros alimentícios e biojóias produzidas por indígenas do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (AM), bem como livretos de artistas da Literatura de Cordel (CE e DF). A compra, o pagamento e a entrega dos produtos são realizadas diretamente entre o detentor e o comprador.

CAPOEIRISTAS NO CEARÁ - A Capoeira envolve canto, dança e golpes numa manifestação de origem africana com movimentos e expressões que foram recriados no Brasil. A manifestação é registrada como Patrimônio Cultural Imaterial desde 2008: tanto a Roda de Capoeira quanto o Ofício dos Mestres de Capoeira. Além disso, foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2014.

Hoje, a Capoeira está presente em todo o território nacional e em mais de 150 países. Profundamente ritualizada, a roda engloba cantigas e movimentos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia e um código de ética que são compartilhados pelo grupo. Batizam-se iniciantes, se consagram os grandes mestres, que transmitem e reiteram práticas e valores afro-brasileiros.

Francisco Furtado, o Chico Berimbau, é artesão cearense que produz instrumentos de capoeira há 35 anos: “Faço berimbaus, atabaques, pandeiros, caxixi, agogô. A parceria com Iphan vai dar uma força muito grande, já que nessa pandemia a gente não pode sair para fazer nada, e também vai ajudar a valorizar a nossa cultura regional”, ressalta.

Visando promover a sustentabilidade de bens registrados como Patrimônio Cultural, a campanha é uma ação de salvaguarda inserida na Política Nacional do Patrimônio Imaterial que, em 2020, completou 20 anos de criação.

Para viabilizar a ação, as superintendências do Iphan nos estados mobilizaram coletivos de mestres e mestras que participam da ação. Mas a chamada continua. Os grupos que tiverem interesse em participar devem entrar em contato com a superintendência do Iphan no Ceará que dará os detalhes sobre como aderir à ação.

Serviço

  • Ação “Conectando Patrimônios: redes de artes e sabores”
  • Lançamento nesta quarta (5)
  • portal.iphan.gov.br/conectapatrimonios


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