Fantástico relata morte no Beach Park

A viúva do radialista Ricardo José Hilário Silva, acidentado fatalmente, no Beach Parh há uma semana, Luciane Cristina da Silva, afirmou ao Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (22), que o acidente "não foi uma fatalidade". 

"Foi uma irresponsabilidade. Uma falta de insegurança", disse Luciane Cristina. Ela estava com a filha do casal, uma menina de oito anos, quando o acidente aconteceu.

Luciane contou que ela, o marido e a filha esperavam juntos para descer na atração Vainkará. No entanto, Ricardo se separou delas porque foi convidado para ocupar o lugar que faltava no grupo que iria à frente.

Cada boia comportava quatro pessoas. Ricardo, então, completaria o grupo que estava prestes a descer.

"Falaram para o meu marido: 'Você pode vir com a gente?' Aí, o Ricardo falou: 'Então 'tá', vou com vocês'", narrou Luciane. Ela e a menina desceriam na boia seguinte, apenas segundos depois.

Segundo ela, ninguém perguntou sobre o peso dos participantes. Nenhuma boia poderia, de acordo com exigência do próprio Beach Park, ultrapassar os 320 quilos somando o peso dos quatro ocupantes.

A viúva afirmou só ter percebido o acidente depois que terminou a descida na atração. Luciene relatou que foi alertada por um funcionário do Beach Park já na piscina ao final do brinquedo.

"Quando eu olhei para trás, eu vi que era meu marido e vi que era muito grave o que aconteceu", narrou.

Ricardo morreu na hora, de traumatismo craniano associado a trauma na coluna.

Desde o acidente, o brinquedo está interditado. O Beach Park, em respeito à família, não funcionou no dia do acidente. O parque também retirou a placa que indicava o nome da atração. A perícia que vai determinar as causas do acidente deve ficar pronta em um mês.

Luciene contou que era a terceira vez do casal no Beach Park: uma na lua de mel dos dois e a outra quando a filha ainda era um bebê. Eles já haviam visitado o Beach Park. "[Desta vez], a gente foi pela minha filha, para que ela aproveitasse", disse.

O radialista Fábio Cardoso de Oliveira afirmou que o amigo Ricardo estava feliz por conseguir viajar com a filha. "Tudo o que ele falava era ao redor da filha dele", relembrou.

"Ele [Ricardo] era um pai apaixonado pela minha filha. Ele era um marido dedicado. Dedicado à família", contou Luciene.

O comerciante Tarcísio Pontes, que descia junto com Ricardo, contou que a boia virou em uma das rampas do escorregador. O radialista bateu a cabeça no começo de um túnel do brinquedo, disseram os relatos.

"Eu percebi que o Ricardo tinha desmaiado, que ele não estava consciente. Peguei ele e o coloquei no meu peito, e aí veio uma onda mais forte, levando a gente até a piscina", relatou.

Tarcísio ainda está abalado com o acidente. "Todo momento estou me lembrando disso, de tentar salvar ele e não conseguir ter êxito", disse.

"Como você entra num lugar para se divertir e em segundos você entra num filme de terror?"

Em nota, o Beach Park disse que "as autoridades e as perícias vão esclarecer se a boia foi utilizada conforme limite de segurança. Além disso, a empresa assegurou que foram feitos cem testes oficiais antes da liberação do brinquedo.

O Beach Park também afirmou que "segue os protocolos de segurança e as recomendações do fabricante", e que "seus funcionários avaliam a altura e o peso dos usuários". O parque mantém sinalizações indicativas no acesso aos brinquedos.

A fabricante do brinquedo, a empresa canadense Proslide, afirmou que a morte de Ricardo "foi a única fatalidade com um usuário em uma das milhares de instalações" da companhia "no mundo".

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