Fortalezense endividado

Neste mês de fevereiro, a Pesquisa sobre Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), revela 61,4% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice veio 3,3 pontos percentuais abaixo do indicador do último mês de janeiro (64,7%), e é o melhor resultado desde novembro de 2014, quando índice media 58,4%, apesar de ter vindo acompanhado de leve retrocesso nos indicadores qualitativos do crédito. 
A proporção dos consumidores com contas ou dívidas em atraso teve crescimento de +1,4 pontos percentuais, passando de 19,9%, em janeiro, para 21,3% neste mês. Os problemas financeiros afetam mais às mulheres (22,7% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade entre 25 e 34 anos (26,7%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (22,3%).
O tempo médio de atraso é de 69 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro - a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 69,7% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 21,9%, seguido da contestação da dívida (11,6%).

Comprometimento da renda
Em Fortaleza 61,4% dos consumidores possuem algum tipo de dívida. Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 85,5% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 13,1%; (carnês e crediário, com 10,0%; e empréstimos pessoais, com 8,7%. 

O consumidor utilizou o crédito para a compra de:

      Itens de alimentação (58,8% das respostas);
      Artigos de vestuário (41,1%);
      Realização de despesas de educação e saúde (37,2%); e
      Eletroeletrônicos (33,6%).

O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.363, com prazo médio de sete meses, comprometendo 37,1% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento.


Inadimplência potencial
A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve aumento de 0,4 pontos percentuais, passando de 9,3%, em janeiro, para 9,7%, neste mês. Essa taxa está acima da média dos últimos doze meses (9,5%) e superior ao verificado no mesmo mês do ano passado (8,6%). 
O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 10,5%), com idade acima de 35 anos (10,5%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (10,2%).


Orçamento familiar
A Pesquisa de Endividamento também revela que 71,4% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 13,3% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 15,3% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

             A falta de orçamento e controle dos gastos, com 46,6%;
             Compras antecipadas, com 26,7%;
             As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 21,1%;
             O aumento dos gastos considerados essenciais, com 17,3%;
             Facilidade e oferta de crédito, com 15,0%;
             Redução dos rendimentos, com 12,6%; e
             Desemprego, com 8,2%.


Saiba mais
O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Fecomércio-CE foi criado para suprir a ausência de informações práticas e de dados estatísticos confiáveis que auxiliassem as ações de planejamento e de desenvolvimento das empresas do segmento de comércio de bens, serviços e turismo. O Instituto realiza e desenvolve pesquisas, sobretudo, de viés econômico, fornecendo dados referentes ao comportamento do consumidor, a situação econômica do comércio local e as tendências de mercado e de consumo dos fortalezenses.

A pesquisa de Endividamento é realizada mensalmente e tem como objetivo indicar a capacidade de endividamento do consumidor de Fortaleza, visando conhecer o comprometimento financeiro desse, em relação ao comércio local. Quatro indicadores distintos são verificados nessa pesquisa: Taxa de Consumidores com Contas ou Dívidas em Atrasos; Taxa de Comprometimento da Renda do Consumidor; Taxa de Inadimplência em Potencial e Planejamento Financeiro e Orçamento Familiar. Mensalmente, cerca de mil consumidores da região metropolitana de Fortaleza são entrevistados pelo IPDC para a realização desta pesquisa.

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