Projeto Tamar

As tartarugas marinhas que povoam as águas brasileiras e abrangem cinco espécies ameaçadas de extinção (tartaruga cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde, tartaruga-oliva e tartaruga-de-couro) aumentaram seu contingente populacional em 86,7% em cinco anos, subindo de 4,5 milhões para 8,4 milhões do início de 2010 ao fim de 2014, o que indica o surgimento de uma nova geração de tartarugas e o início da recuperação das espécies que incidem no Brasil. A constatação é de pesquisadores do Projeto Tamar, patrocinado pela Petrobras, por intermédio do Programa Petrobras Socioambiental.

O oceanógrafo Guy Marcovaldi, coordenador do Projeto Tamar, ressalta que o aumento da população de tartarugas indica uma grande vitória, considerando que, até o início dos anos 80, a matança de tartarugas por redes de pesca, anzóis, poluição dos oceanos e mudanças climáticas, praticamente dizimou as cinco espécies que incidem no Brasil.A vitória ainda é maior tendo em vista que, devido a fatores naturais, como servir de alimento a peixes maiores na cadeia alimentar, apenas um ou dois indivíduos sobrevivem em cada mil que nascem, mesmo tendo as desovas protegidas. No Brasil, isso ocorre nos 1.100 quilômetros de praias do litoral brasileiro e nas ilhas oceânicas onde o Projeto Tamar está presente, na Bahia, em Sergipe, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte, no Ceará, no Espírito Santo, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina.

Porém, Guy Marcovaldi alerta para o fato de que, apesar de as espécies presentes no Brasil começarem a se recuperar, o número de tartarugas marinhas ainda é pequeno no país e cada indivíduo só atinge a maturidade sexual para poder se reproduzir entre 20 e 30 anos de idade. A tartaruga oliva, diferentemente das outras quatro espécies verificadas no Brasil, atinge a maturidade entre 11 e 16 anos.As tartarugas marinhas sempre desovam nas praias. Quando os ovos eclodem, os filhotes rumam imediatamente para o alto-mar, atingindo zonas de convergência de correntes e aglomerados de algas e matéria orgânica flutuante. Nessas áreas, onde obtêm alimento e alguma proteção, permanecem por vários anos, migrando passivamente pelo oceano. A tartaruga de couro passa toda a vida nesse ambiente só indo à praia para desovar. Outras espécies passam a fase juvenil em regiões costeiras ou insulares, desovando também nas praias. As desovas sempre ocorrem na mesma praia em que cada tartaruga nasceu.

As desovas ocorrem nos períodos mais quentes do ano. No litoral brasileiro, entre setembro a março, com variação entre as espécies. Nas ilhas oceânicas, entre dezembro a junho, registrando-se somente desovas da tartaruga verde.


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