Três processos são retirados contra Wellington Macedo



Segundo o fotógrafo Wellington Macedo, assédio judicial marcou a audiência das diretoras das escolas municipais de Sobral, contra ele, no Juizado Especial da Comarca de Sobral, na Faculdade Luciano Feijão, no final da manhã desta terça-feira (19).
Das 59 autoras patrocinadas pela Prefeitura, três não compareceram e seus processos foram extintos imediatamente. Os advogados Lintor José Linhares Torquato e Diego Petterson, fizeram o pedido contraposto, deferido pelo juiz Elison Pacheco. Sem acordo, o caso segue na Justiça, e as 56 autoras tem agora 15 dias para apresentarem defesa, correndo o risco de terem que indenizar o jornalista.
As diretoras que pensavam ser apenas testemunhas, agora vão responder judicialmente como acusadas de usar o poder judiciário para tentar intimidar o jornalista que denunciou a maior fraude contra o Instituto de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Brasil.
O freelancer Wellington Macedo, que já colaborou com veículos nacionais (Folha de São Paulo, Revista IstoÉ e agências Estado e FuturaPress), responde simultaneamente a 56 queixas por difamação, movidas por diretoras e diretores de escolas municipais da região. Os processos foram registradas entre 19 e 27 de setembro de 2018, na sequência de uma série de reportagens, intitulada "Educação do Mal", publicada no canal Youtube do jornalista, entre agosto e setembro de 2018.
Nas reportagens, Wellington Macedo revela a existência de um suposto esquema de fraudes no sistema de avaliação do ensino público do município, considerado um dos melhores do país e destacado regularmente pela classe política local como um modelo a ser seguido. As escolas de Sobral estão entre as mais bem classificadas no Brasil nos últimos anos.
Um único advogado representa todos os diretores das escolas que entraram com os processos.  O advogado é também servidor responsável pelos contratos e convênios da Secretaria de Educação de Sobral. Cada ação é acompanhada de um pedido de indenização por danos morais no valor de R$ 38.160,00, totalizando R$ 2.251.440,00 (mais de 530 mil euros).
"A Repórteres sem Fronteiras denuncia a perseguição contra o jornalista Wellington Macedo, declarou Emmanuel Colombié, diretor do escritório da organização para a América Latina. A natureza orquestrada dos processo e a soma do valor totalmente desproporcional das indenizações compensatórias aparentam ser uma verdadeira campanha de intimidação e desestabilização para silenciar o jornalista. Este é um sério obstáculo à liberdade de informar, sobre um assunto importante de interesse público".
Na série Educação do Mal, Wellington Macedo realizou entrevistas com alunos e professores do município que afirmam ter participado de 'fraudes' nas provas para melhorar a classificação geral das escolas nos exames nacionais de avaliação da qualidade do ensino.INDENIZAÇÃO - Advogados de Wellington Macedo pedem indenização de R$ 10 mil de diretoras, por assédio judicial
Em audiência ocorrida nesta terça-feira, diretores de escolas do Município escutaram dos advogados do jornalista Wellington Macedo que agora estão sendo processados por danos morais, em virtude do assédio judicial que sofreu.
Os diretores foram pegos de surpresa e agora terão que contestar o pedido formulado pelo jornalista, já que, nas palavras dos advogados “o abuso de ação praticado pelos autores, de forma concatenada, com argumentação fática praticamente idêntica e sem mesmo a delimitação do que teria causado o suposto dano moral somada à propositura de inúmeras ações, utilizando-se de advogados ligados à gestão pública municipal de Sobral, denunciado pelo vídeo intitulado “Educação do Mal”, demonstra a prática de ASSÉDIO JUDICIAL, cuja simples definição demonstra a atitude desleal dos autores:
“Assédio judicial é uma ação coordenada de processos judiciais, transformando-os em instrumentos de perseguição e intimidação.”
Macedo pede indenização de R$ 10 mil de cada diretor que o processou. “Não há dúvidas que esses diretores usaram a justiça para tentar intimidar o meu trabalho como jornalista. A reportagem intitulada “Educação do mal” foi fruto de um trabalho investigativo, onde ouvimos vários alunos e seus pais. Dos diretores que me processaram, não há citação nominal dos nomes de praticamente todos. Denunciei a ação do Município de Sobral e os diretores foram usados para intimidação. Isso é grave”, disse o jornalista.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Futricas Fortalezenses

Tidy Odonto

Futricas Fortalezenses