No sábado no Dragão

No próximo sábado (26), no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, o público de Fortaleza será presenteado com as apresentações de três nomes de peso do Rap nacional. Para começar a noite, MC Marechal, depois Rael, acompanhado pelo DJ Soares, apresenta o seu “Diversoficando”.
Logo depois, o público poderá conferir pela primeira vez na cidade Criolo com o show “Ainda Há Tempo”, o rapper volta a se apresentar na cidade após ser contemplado em maio desse ano com o título de cidadão fortalezense. Essa será a primeira vez que Rael e Criolo se apresentarão no Ceará. O evento contará com duas atrações locais abrindo os shows. DJ Flip aquecerá o público com seu set de hip hop e o grupo Periferia Encena. 
"Ainda Há Tempo” - Criolo
Muita gente não sabe, mas antes de lançar os aclamados “Nó Na Orelha” e “Convoque Seu Buda”, Criolo já tinha um disco clássico. “Ainda Há Tempo”, lançado em 2006, é hoje considerado um disco fundamental na história do rap brasileiro. “Naquela época existia uma cena em construção, e a gente tava no meio: não se encaixava nem no chamado gangsta, nem exatamente no dito underground”, conta o artista. Como todos os projetos do Criolo que vem a público, sua nova turnê é mais ambiciosa do que à primeira vista possa parecer. A série de shows baseada em seu primeiro disco vem no formato clássico do hip hop, com DJ e MC no palco — e ao mesmo tempo é muito mais do que isto, e não só por conta do esmerado projeto cênico. 
Daniel Ganjaman, diretor artístico e musical do espetáculo, conta: “Tudo foi se moldando de acordo com o que cada um tinha na mão, e organicamente tomando um rumo”. O cenário, uma paisagem móvel de tela de LED, foi imaginado pelo artista plástico Alexandre Órion, que fez as engenhosas e lisérgicas animações que acompanham o fluxo contínuo de canções e moldam a experiência ao vivo. O show traz uma miríade de novas interpretações pros raps de dez anos atrás, e não apenas um retorno saudosista ao artista quando ele ainda atendia por Criolo Doido. É uma releitura audiovisual do que aconteceu em sua vida até chegar ali. E ele espera que isto signifique mais uma contribuição sua pra cultura Hip Hop e pra música brasileira. 
Assim como na época de feitura, e também por conta disso, a releitura destes raps apresenta uma dificuldade técnica em sua realização: não existem mais as masters originais, então não há como abrir as sessões de áudio para adequar as composições aos padrões sonoros atuais dos equipamentos de espetáculo. Criolo relembra: “Não tinha internet, não tinha telefone na casa das pessoas. Quem tem 20 ou 25 não faz a mínima ideia de como foi. E isso não quer dizer que a gente seja melhor ou pior que ninguém. Apenas que quero dividir o esforço incansável de como era ser esse rap na virada do milênio – que é o me trouxe aqui”. Como antes, a solução foi criativa e inclusiva: alistar uma renca de novos e talentosos produtores de rap brasileiro para recriar algumas das batidas, com acabamento final de Daniel Ganjaman, que também assinará beats do disco em parceria com Marcelo Cabral. 
Na reaparição deste disco, do qual algumas músicas fazem parte do repertório dos shows do Criolo desde o lançamento de “Nó na Orelha” e prosseguiram na turnê de “Convoque Seu Buda”, Criolo é acompanhado pelos DJs DanDan e Marco; Orion adequa as animações à dinâmica do espetáculo e Ganja pilota a mesa de som, mixando ao vivo com técnicas dos soundsystems de reggae e dos live P.A.s de música eletrônica. 
“O mundo mudou – tem letra escrita dez anos atrás, tem música com 20 anos – mas há uma mesma essência. Era um meio hostil, e quando cada um tá tentando sobreviver no seu microcosmo, não percebe muitas possibilidades. Só que quando alguém te dá uma oportunidade, ninguém sabe o que vai acontecer, e outras portas na sua mente se abrem. Pensei que seria bom confraternizar com as pessoas. Ativar sensores”, finaliza Criolo. 
Novamente, é a ambição como característica e fruir artístico, como desejo bom, livre da mesquinhez. “Retornar pra essa parada traz combustível pro chicote estralar de novo”, diz Ganja. 
“Diversoficando” - Rael
Em novembro de 2014, em ação inédita no Brasil, o rapper Rael colocou literalmente nas ruas seu novo EP, “Diversoficando”. Antes de ser lançado na internet, o trabalho foi disponibilizado em muros espalhados por São Paulo e Rio de Janeiro. Quem estava passando na rua só precisava plugar o próprio fone para ouvir. 
A iniciativa virou notícia de Norte a Sul do Brasil, e a música saindo pelas paredes conquistou os fãs antes mesmo de o EP ser liberado para download gratuito e streaming no YouTube, com vídeos exclusivos das gravações. 
Agora, às vésperas do lançamento da versão física, “Diversoficando” vai chegar aos palcos. Depois de assinar a produção da maioria das faixas do EP, Rael assumiu também a direção artística de seu novo show. 
A base do repertório será, é claro, o novo trabalho: “O Hip Hop É Foda parte 2”, “Ser Feliz”, “Pré-Conceito”, “Hoje É Dia de Ver” e, é claro, “Envolvidão”, single que caminha rumo ao topo das paradas das rádios e marca presença no set list com status de hit. 
Completam o show faixas do elogiado “Ainda Bem que Eu Segui as Batidas do Meu Coração” – “só as preferidas do público”, nas palavras de Rael, e um medley do primeiro trabalho do artista, “MP3 – Música Popular do Terceiro Mundo”. 
Quem já foi ao show do músico sabe que sempre há surpresas: de Sam Cooke a Seu Jorge, passando por Bob Marley e grupo Sensação, não é raro Rael e sua banda incluírem algum cover. 
Rael se apresenta acompanhado pelo DJ Soares.
MC Marechal
MC Marechal iniciou sua carreira em batalhas de MCs no final dos anos noventa, nas quais se destacava. Integrou o extinto grupo de rap Quinto Andar em 1999, e foi o primeiro a deixar o grupo para seguir carreira solo. Além de rapper, Marechal também é produtor musical.
Em 2003 ganhou seis edições seguidas da "Batalha do Real" e saiu invicto na Liga dos MCs. Em 2006 iniciou o projeto da Batalha do Conhecimento.
Idealizada e divulgada pelo MC Marechal, a Batalha do Conhecimento visa valorizar o conteúdo das rimas em batalhas de rap. Ela propõe enfatizar rimas sobre novos conceitos, educação, cultura, política entre outros temas.
Em 2010 lançou a música “Guerra", que foi trilha sonora do filme “Alemão” do diretor José Eduardo Belmonte. MC Marechal criou, em 2012, o projeto Livrar, onde o MC distribui livros de autores independentes pelo Brasil em seus shows. 
No dia 1 de abril de 2016, lançou o Single “Primeiro de Abril”: https://www.youtube.com/watch?v=jynQH2uXm_o
Periferia Encena
Em 2016, o Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ) inova com a Escola Hip Hop de Beat & Rima que se destina à formação técnica e artística de jovens e adultos interessados em aprender mais sobre a cultura Hip Hop e a produção musical do RAP. A Escola mantém como facilitador o rapper e produtor musical Erivan Produtos do Morro no intuito de formar novos produtores musicais, assim como artistas preparados para cantar nos diferentes palcos da cena Hip Hop do Brasil. Em busca de oportunidades profissionais para os jovens da periferia por meio da música, a Escola Hip Hop de Beat & Rima culminará, após um trajeto de formação intenso, em uma coletânea com as músicas gravadas durante o percurso
Serviço
Local: Praça Verde – Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Endereço: Rua Dragão do Mar, 81- Praia de Iracema 
Data: 26 de novembro de 2016
Horário: A partir das 19 horas
Classificação etária: 16 anos
Ingressos:
Inteira: R$ 60
Meia-entrada: R$ 30
Meia-entrada Solidária: R$3 0 + um quilo de alimento não perecível (entrega obrigatória no dia do show)
Pontos de venda
Bilheteria Centro Cultural Dragão do Mar – Das 14h às 20h de terça a domingo
Lojas Zefirelli (North Shopping Jóquei e Shopping Aldeota)
Vendas online: www.ingressando.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Hidrogênio Verde

Tidy Odonto