AVC

A Secretaria da Saúde do Estado e o Comitê Estadual de Atenção ao Acidente Vascular Cerebral encerram amanhã (quatro), a Semana de Atenção ao AVC, com ações de mobilização da população, na Praça do Ferreira, das 8 às 16 horas. As atividades constam de divulgação dos fatores de risco e como controlá-los, cálculo do risco de AVC e orientação de como reconhecer e se conduzir diante de uma pessoa com AVC agudo.
O Dia Mundial do AVC (World Stroke Day, em inglês) é comemorado anualmente em 29 de outubro. A data tem a finalidade de conscientizar as pessoas sobre as formas de prevenção da doença cerebral que mais mata no Brasil. Em 2016, o tema do Dia Mundial do AVC é “Encare os fatos: o AVC é tratável”.
Com base nos primeiros resultados do projeto-piloto do Registro Estadual do AVC, o presidente do Comitê Estadual de Atenção ao AVC, João José Carvalho, admite “uma melhoria no perfil dos fatores de risco que, no entanto, continuam muito elevados se comparados mesmo a países latino-americanos como o Chile”.
Com cerca de 8 mil casos investigados, o estudo mostra também que houve também uma melhoria no tempo de chegada ao hospital. “Outro ponto que chama a atenção é que apenas 14% da população aciona o SAMU e 70% dos pacientes chegam ao hospital em transporte pessoal ou de amigos", observa o neurologista. Atualmente, destaca João José, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24 horas) são um dos principais destinos dos pacientes com AVC.
O SAMU 192 Ceará realizou 760 atendimentos de casos de AVC no ano passado em todo o Ceará e, este ano, 819 atendimentos até setembro. Quanto mais rápido o paciente for socorrido de forma adequada, maior a possibilidade de prognóstico favorável. No AVC, o atendimento rápido e adequado evita que o cérebro sofra maiores danos e representa toda a diferença entre viver ou morrer. João José Carvalho calcula que somente 21% dos pacientes chegam a tempo de receber o tratamento trombolítico nas emergências.
Tratamento multidisciplinar
No sábado, 29 de novembro, a unidade de atenção ao AVC completou sete anos de funcionamento. Com 20 leitos monitorados, a unidade recebeu mais de 5 mil pacientes que receberam os cuidados multidisciplinares que fazem a diferença na evolução e prognóstico do AVC. É a maior unidade de AVC do país, realizando cerca de 30 trombólises (tratamento com a medicação que dissolve os coágulos) por mês. Dispõe de equipe multidisciplinar com médicos e equipes de enfermagem, fisioterapia e fonoaudiologia de plantão 24 horas.
No Ceará, o número de óbitos por AVC foi de 4.598 em 2013, de 4.424 em 2014 e de 4.716 no ano passado. A cada 30 minutos alguém sofre um AVC no Estado e diariamente são feitas 11 internações de pacientes com AVC. Na rede pública estadual, três hospitais fazem atendimento especializado em AVC: Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Hospital Waldemar Alcântara, na capital, e o Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, onde também funciona uma unidade de atenção ao AVC.
Aplicativo calcula risco
Para realizar o cálculo do risco de AVC durante as atividades desta sexta-feira na Praça do Ferreira, será utilizado o aplicativo Riscômetro de AVC. Trata-se de um aplicativo desenvolvido sob o patrocínio da Federação Mundial de Neurologia, em parceria com outras entidades. Ele utiliza dados do Interstroke, estudo que avaliou e quantificou os riscos de AVC na população. Esse trabalho concluiu que o AVC não é efetivamente um acidente, pois mais de 90% dos casos podem ser evitados, desde que controlados os chamados fatores de risco. Utilizando as taxas observadas no estudo, o aplicativo calcula o percentual de risco depois que o interessado responda algumas perguntas.

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