Defesa do maestro Neschling

 
   
03/09/2016
 
 
Nota
 
 
 
 
 
O maestro John Neschling tem sido alvo de feroz ataque - estampado diariamente na mídia - com base em especulações e sem apontar prova ou indício de ilegalidade. No dia de hoje a mídia "informa" haver propósito coletivo de ver o John Neschling fora da direção artística do Theatro Municipal - do Ministério Público, passando pela CPI da Câmara Municipal e as Controladoria e Corregedoria do Município, até o gabinete do Prefeito.
 
Os absurdos se avolumam e não cessam. Na qualidade de advogado de John Neschling, esclareço o que se segue:
 
1. Meu cliente esteve com os vereadores da CPI que investiga o Theatro por mais de longas 5 horas. Os fatos que narrou foram ignorados e/ou distorcidos;
 
2. No âmbito da CPI, Neschling foi convocado para participar de ridícula acareação com os dois malfeitores que o acusam – e o fazem movidos por sentimento de vingança e para obterem prêmios espantosamente prometidos pelo Ministério Público. Ao comunicar que não se submeteria a tamanho achincalhe, o maestro foi alvo de medidas arbitrárias e ilegais, como a tentativa de conduzi-lo coercitivamente e a determinação de apreensão de seu passaporte, tudo para forçá-lo a fazer o que a lei não o obriga: participar da acareação. O Poder Judiciário negou a condução coercitiva, pedida pela CPI, e cassou a determinação desta de apreender o passaporte de Neschling;
 
 3.  Mensagem eletrônica do maestro, à qual o Ministério Público teve acesso por decisão judicial – mas a defesa não conseguiu ainda ver, porque estaria sob análise do setor técnico da promotoria –, foi estampada em matéria jornalística nesta semana, e mais uma vez com distorção dos fatos para fazer crer que o Neschling tenha agido de maneira irregular. É evidente a prática de crime de violação de sigilo consistente na divulgação daquela mensagem, até porque seu conteúdo não traz nem sequer indício de mau uso do cargo pelo maestro. Mas permaneceu a versão fantasiosa;
 
 4. O Ministério Público já requereu ao Poder Judiciário, em junho deste ano, o afastamento de Neschling do cargo que ocupa, mas o pedido foi negado. Apesar disso, sucedem-se notícias dando conta de que os promotores "aguardam" a demissão do maestro. Membros da CPI igualmente insistem em dizer isso. 
 
O que há de concreto é que foi John Neschling quem tomou a iniciativa de comunicar ao Prefeito Fernando Haddad, em setembro de 2015, que havia suspeitas de que o rombo financeiro que impedia a conclusão da temporada daquele ano do Theatro poderia não ser fruto apenas de incompetência de seus gestores, mas também de atos de desonestidade. O que se constata é que esse seu gesto atraiu a ira dos responsáveis pelos desvios que vieram a ser, efetivamente, comprovados.
 
Confiamos que o Poder Judiciário continuará a ser o protetor das garantias e dos direitos inscritos na Constituição da República, e não haverá de permitir que uma história farsesca e desprovida de fundamento sele o destino de um homem de bem.
 
Eduardo Pizarro Carnelós
 
 
 

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