Pessimismo

Em abril, o Índice de Confiança do Empresário Industrial registrou, pelo 16º sexto mês consecutivo, pessimismo por parte dos industriais do Ceará, refletindo as baixas expectativas em uma recuperação econômica para os próximos seis meses.
O valor para o índice ficou em 38,4 pontos, valor 1,2 ponto maior do que o registrado em março.
Na comparação com abril de 2015, a queda foi de seis pontos, e, em relação à média histórica, verifica-se diminuição de 19,1 pontos.
O aprofundamento da crise econômica, que vem enfraquecendo de forma intensa o desempenho da indústria da construção, se reflete na insatisfação recorde com as finanças das empresas do segmento. Os índices de satisfação com a margem de lucro, que registrou 28,8 pontos no primeiro trimestre deste ano, e o de satisfação com a situação financeira, com 33,3 pontos, atingiram o piso da série histórica iniciada no quarto trimestre de 2009. As informações são da pesquisa Sondagem Indústria da Construção divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 25 de abril. Os indicadores variam de zero a cem. Valores abaixo de 50 pontos sinalizam insatisfação com a margem de lucro e com as condições financeiras.
As dificuldades de acesso ao crédito também se intensificaram nos primeiros três meses do ano. O indicador teve queda de 2,8 pontos frente ao último trimestre de 2015 e assinalou 23,1 pontos no primeiro trimestre deste ano. Foi o menor valor da série iniciada no quarto trimestre de 2009. Quanto mais abaixo da linha dos 50 pontos maior e mais disseminada é a dificuldade das empresas obterem crédito.
O indicador de preços de insumos e matérias-primas cai desde o primeiro trimestre de 2015. No entanto, como o índice está muito acima dos 50 pontos – 59,8 pontos no primeiro trimestre deste ano –, sinaliza aumento dos preços em relação ao último trimestre de 2015, embora em ritmo menor.
Entre os problemas enfrentados pela indústria da construção, a elevada taxa de juros passou a ser a principal preocupação no primeiro trimestre deste ano, apontada por 39,4% dos empresários. A demanda interna insuficiente foi o segundo maior obstáculo, com 35,7% das assinalações, seguida da inadimplência dos clientes, com 31,1% das respostas. A alta carga tributária – que no último trimestre de 2015 estava na primeira colocação, com 39% das assinalações – passou para o quarto lugar, apontada por 31% dos empresários.
ATIVIDADE – A atividade e o emprego na indústria da construção continuam em queda. Embora o indicador de atividade tenha aumentado 2,3 pontos e o de emprego crescido 1,1 ponto em março frente a fevereiro, se mantém muito abaixo dos 50 pontos. Enquanto o índice de nível de atividade registrou 37,5 pontos no mês passado, o de evolução do emprego assinalou 36,6 pontos. O nível de atividade em relação ao usual para o mês também recuou, com indicador em 26,3 pontos em março. Valores abaixo dos 50 pontos indicam retração na atividade e no emprego e atividade abaixo do usual.
A indústria da construção operou em março com 57% da capacidade de operação. Apesar da alta de 1 ponto percentual frente a fevereiro, a utilização da capacidade de operação ficou 10 pontos percentuais abaixo da média histórica para março. “A utilização da capacidade de operação permanece muito baixa, o que corrobora com o cenário de fraca atividade do segmento da construção”, destaca o documento.
EXPECTATIVAS – O baixo desempenho da indústria da construção mantém os empresários pessimistas. Todos os indicadores de expectativas para os próximos seis meses ficaram abaixo dos 50 pontos em abril. Enquanto o índice de expectativa de nível de atividade registrou 39,7 pontos, o de novos empreendimentos e serviços assinalou 37,7 pontos e o de compras de insumo ficou em 38,3 pontos neste mês. O indicador de perspectivas sobre o número de empregados foi de 38,2 pontos.
Os empresários do segmento continuam desencorajados a investir. O índice de intenção de investimento, que assinalou 23,4 pontos em abril, atingiu pelo segundo mês consecutivo o piso da série histórica, iniciada em novembro de 2013. “A fraca atividade do segmento, a baixa utilização da capacidade de operação e as expectativas ainda muito pessimistas inibem qualquer melhora deste indicador”, destaca a Sondagem Indústria da Construção.
O levantamento foi feito entre 1º e 13 de abril com 547 empresas, das quais 174 são pequenas, 248 são médias e 125 de grande porte.

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