Fala Alexandre Pereira

Sem mudança, não há esperança.
Nessa semana o Brasil foi "surpreendido" pela admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A surpresa está entre aspas, pois apesar de esperado, é inegável que requisitar o impedimento do dirigente máximo da República sempre chama atenção e gera indignação. Alguém eleito pelo voto democrático ser destituído não é o que normalmente se espera; ao contrário: quem torce pelo país quer ver trabalho, seriedade, ética e respeito à coisa pública, e é justamente isso que têm faltado ao Executivo Federal.
Ver o Presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), como o responsável por aceitar o pedido de impeachment, dando início oficialmente ao rito para o possível afastamento da Presidente soa irônico a princípio. Ele não é a figura de reputação ilibada que poderia mudar o país e exigir uma transformação. Mas quem seria esse personagem hoje? Somos nós.
Apesar da agitação causada, as condições políticas para o impeachment foram dadas desde que ocorreram as diversas manifestações que uniram milhões de brasileiros saindo às ruas e dizendo NÃO ao PT, à corrupção e às perversas práticas que maculam a imagem da política brasileira. Apesar do clamor popular, faltavam ainda os tais fatos concretos que ligassem diretamente Dilma ao desmantelo político, econômico e ético patrocinado pelo grupo que governa o país há 13 anos.
A constatação do estelionato eleitoral das últimas eleições, a prisão de dois presidentes nacionais do PT, dois tesoureiros, deputados, senadores, líderes partidários e governistas após investigações envolvendo desvio de dinheiro público na Petrobras e diversas empresas públicas, num sofisticado esquema de corrupção para beneficiar campanhas do partido e seus aliados, tornam a permanência de Dilma insustentável. Somando esses fatos às manobras e operações atípicas, não previstas na legislação, utilizadas para maquiar o resultado das contas públicas, e ao vale tudo para aprovar um ajuste fiscal prejudicial à nação, em especial aos mais pobres, tem-se o ambiente exigido moral e legalmente para o impeachment.
O próprio Tribunal de Contas da União divulgou em relatório que a execução orçamentária do governo federal em 2014 foi "um sistemático e abrangente descumprimento de princípios basilares que regem a administração pública" de modo que livrar a presidente Dilma da responsabilidade pelos crimes fiscais cometidos por seu governo seria a única justificativa para os tais ajustes tão absurdos.
Quero deixar claro que sou favorável ao impeachment de Dilma, assim como sou favorável à cassação de Eduardo Cunha, e não concordo com a velha tática de polarizar as discussões entre PT x PSDB, Dilma x Cunha, Ricos x Pobres, que muitos usam para desqualificar o debate ou postergar a tomada de uma decisão tão necessária ao país. Enxergo e acredito num Brasil diverso e promissor, muito além dessas improdutivas e falsas polarizações. A responsabilidade também é nossa e o momento é de coragem. Sem mudança, não há esperança. Avante Brasil!
Alexandre Pereira
Empresário e Presidente do PPS Ceará

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