Fala Eike

Convocado pelo deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES), o empresário Eike Batista, fundador do Grupo EBX, prestou depoimento ontem (17) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga supostas irregularidades na gestão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em seu depoimento, o empresário admitiu que pediu ajuda ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante os tempos de crise da empresa.
Durante o depoimento, questionado por Vidigal sobre sua relação com o ex-presidente Lula e se teria pedido ajuda ao petista para sair da crise que se instalava em seu grupo empresarial, Eike Batista foi enfático:
“Claro que pedi”. Mas adiante o empresário amenizou declarando que o pedido de ajuda “é normal no meio empresarial em que o empresário quer salvar seu patrimônio e pede para fechar contrato com a Petrobras, por exemplo, mas quando procuramos o governo, já era tarde.”
Sergio Vidigal, insistindo na relação de Eike com políticos, questionou se o empresário já teria feito doações a partidos políticos. “Doei como qualquer empresário que acredita na democracia. Fiz contribuições aos grandes partidos e candidatos que teria alguma afinidade. Mas doei para PMDB, PSDB e, claro, ao PT.”
Negando, a todo instante de que havia causado prejuízo ao BNDES e às demais instituições financeiras, seja público ou privada, Eike afirmou que os bancos acreditaram em seus projetos por ele mesmo ter aportado quantias vultuosas de valores, algo em torno de 40% dos orçamentos.
“O banqueiro se sente confortável ao ver essa situação. Além disso, como é o caso da Caixa e do Banco Votorantim, por exemplo, a OSX deu como garantias grandes terrenos com infraestrutura construída com previsão de aluguel a valores necessários para o pagamento da dívida”, disse.
Durante seus questionamentos, o pedetista lembrou dos investimentos feitos pelo BNDESPar, empresa de participações do BNDES, nas cinco empresas do grupo EBX no valor de R$ 994 milhões, em um momento que, segundo Vidigal, eram de pico de valor de ações do grupo.
“Eu nunca negociei com ninguém nem fiz acerto para conseguir investimento do BNDES ou do BNDESpar. Além disso, esse capital era desnecessário pois, na época, haviam investidores estrangeiros dispostos a ocupar esse lugar. Eu mesmo comprei ações nesse período. Ninguém tem bola de cristal para prever a chegada de uma recessão, por isso compramos no pico”, rebateu o empresário que prestava depoimento à CPI.
Por fim, Sergio Vidigal, que apresentou requerimento para que Eike Batista prestasse esclarecimentos ao colegiado, questionou sobre o financiamento do BNDES na Companhia GR Hoteis, leia-se Hotel Glória, destoando do propósito do banco que investe em infraestrutura com importância nacional.
“O BNDES se sentiu parte dos que ajudaram o Rio de Janeiro a fazer as olimpíadas e eu não vi razão de não fazer parte de algo que qualquer empresário poderia participar”, respondeu.

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