Dia das Mães II

A FGV/IBRE consultou, em abril, o consumidor brasileiro sobre as perspectivas de compras de presentes para o Dia das Mães. A enquete, realizada pela oitava vez*, obteve três tipos de informação: i) avaliações sobre a evolução de gastos previstos com presentes, na comparação com o ano anterior; ii) avaliações sobre o valor médio dos presentes; e iii) tipo de presente escolhido.

Seguindo a tendência desfavorável dos indicadores regulares da Sondagem do Consumidor ao longo dos últimos 12 meses, o ímpeto de compras de presentes relacionados ao Dia das Mães é o menor da série iniciada em 2007. A proporção de consumidores prevendo gastar mais com presentes em relação ao ano passado é de apenas 6% do total, enquanto a proporção dos que preveem gastar menos saltou de 27%, em 2014, para 39% neste ano. De acordo com os analistas do IBRE responsáveis  pela pesquisa, embora o consumidor tenda a ser naturalmente prudente ao refletir sobre gastos futuros com presentes, o resultado obtido este ano revela um consumidor com uma atitude extremamente cautelosa.


* Foram realizadas enquetes similares em todos os anos a partir de 2007, à exceção de 2011



A diminuição do ímpeto de compras atinge todos os níveis de renda. Historicamente, o grau de cautela em relação aos gastos está diretamente relacionado ao nível de renda familiar. Ou seja, famílias com menores níveis de renda tendem a projetar evoluções menos favoráveis de gastos em relação ao ano anterior. Isso continuou ocorrendo em 2015, mas o diferencial entre as faixas diminuiu, sugerindo que, entre 2014 e 2015, as famílias de renda mais elevada registraram uma diminuição do ímpeto de compras mais acentuada que as famílias de renda mais baixa.

O valor médio do(s) presente(s) para o Dia das Mães em 2015 foi de R$ 61, representando uma queda real (mais sobre nas notas de pé de página no anexo) de 15,5% em relação ao valor médio de 2014 e de 20,5% em relação à média dos três anos anteriores (ver todos os valores no Apêndice Estatístico no anexo). O valor médio é crescente com o nível de renda domiciliar, como mostra o gráfico abaixo. Em 2015, especificamente, a faixa de renda familiar entre R$2.100 e R$ 4.800 mensais exerceu a maior contribuição para a diminuição do preço médio de presentes apurado no ano, com uma variação negativa de 23,0% em relação a 2014, ao passar de R$68 para R$52.



Os Itens de vestuário (blusas, camisas, vestidos) continuam a liderar a preferência para a ocasião, mas houve queda relativa da proporção de consumidores selecionando esta modalidade em relação ao ano passado, de 51,3% para 50,4% do total. Entre os itens mais citados, houve aumento da frequência de menções às Flores e às Joias ou bijuterias como presente para o Dia das Mães. A soma da frequência destes dois tipos de presente, no entanto, ainda é de apenas 9,0% do total, mais de cinco vezes inferior à proporção de consumidores citando os Itens de vestuário.



A tabulação de resultados para este quesito considera somente as respostas específicas, desconsiderando a proporção dos que “não sabem” ainda qual presente será escolhido. Assume-se neste exercício, portanto, que a distribuição dos presentes pelos consumidores que estão em dúvida tenderá a ser semelhante à dos consumidores que já decidiram o que irão comprar, o que pode não ser necessariamente verdadeiro. Em 2015, a parcela de indecisos atingiu um recorde histórico: 40% dos entrevistados não sabiam ainda, em abril, qual o tipo de presente seria dado no Dia das Mães. Em 2014, apenas 1,7% estavam em dúvida; em 2013, o percentual alcançou 30,4% do total.


A edição de abril de 2015 coletou informações de 2197 domicílios entre os dias 01 e 22 de Abril. A próxima divulgação da Sondagem do Consumidor ocorrerá em 26 de maio de 2015.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Hidrogênio Verde

Tidy Odonto