Contra o sarampo
Na terceira tirinha criada e publicada às segundas-feiras pela Secretaria da Saúde do Estado para mobilizar a população para o controle do sarampo, o personagem Zé Gotinha faz o alerta: “o sarampo mata”. O ressurgimento da doença no Ceará exige um cuidado a mais dos pais com a vacinação dos filhos. A única forma de evitar o sarampo é com a vacinação das crianças – a primeira dose assim que completar seis meses de vida, a segunda com um ano de idade e, a terceira dose, com um ano e três meses. A baixa imunidade da criança com sarampo favorece o aparecimento de infecções secundárias, como otite, pneumonia e laringite. As complicações do sarampo são raras em crianças bem alimentadas, mas algumas podem ser graves e até letais. A doença pode ainda causar deficiência visual se estiver associado a quadro de desnutrição, pois danifica a superfície dos olhos e pode gerar perda total da visão.
O sarampo é uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores de cinco anos de idade, sobretudo as menos nutridas e as que vivem nos países em desenvolvimento. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas condições socioeconômicas, nutricionais e imunitárias. Nos países que conseguem manter altos níveis de cobertura vacinal, a incidência da doença é reduzida. No Brasil, conforme informações do Ministério da Saúde, até o final dos anos 1970, a virose era uma das principais causas de óbito, dentre as doenças infectocontagiosas, sobretudo em menores de cinco anos, em decorrência de complicações, especialmente a pneumonia. Na década de 1980, houve um declínio gradativo no número de óbitos, com 15.638 registros. Essa redução foi atribuída ao aumento da cobertura vacinal e à melhoria da assistência médica ofertada às crianças com complicações pós-sarampo. Na década de 1990, ocorreram 822 óbitos.
De 2000 a 2012 o Ceará não registrou casos de sarampo. O último óbito por sarampo no Estado ocorreu em 1998, quando foram registrados 29 casos da doença. Em 1999 foram confirmados oito casos e nenhuma morte. O surto da doença que o Ceará vive atualmente teve o primeiro caso confirmado em 25 de dezembro de 2013. Já são 762 casos confirmados em 33 municípios, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado na sexta-feira (seis). Atualmente o surto está restrito a dez municípios – Caucaia, Fortaleza, Itaitinga, Aquiraz, Pacajus, Guaiúba, Maracanaú, Beberibe, Maranguape e Eusébio. Em 23 municípios o surto foi declarado encerrado. Do total de casos notificados, há ainda 53 em investigação, distribuídos por dez municípios – Fortaleza, São Luís do Curu, Maranguape, Itapajé, Horizonte, Caucaia, Aquiraz, Paracuru, Pentecoste e São Gonçalo do Amarante. O Ceará não registrou nenhum óbito nem complicações nos casos de sarampo confirmados.
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