Água

Caros amigos
Como disse neste artigo, ainda há muito  que se discutir ou rediscutir (pois já escrevi um livro no ano de 1999 de 340 páginas sobre este assunto)  “em relação ao planejamento dos recursos hídricos do vale do Rio Jaguaribe”. Falei no Açude Castanheiro, o principal afluente do Rio Jaguaribe por sua margem direita. Mas não falei,  por limitação de espaço no jornal, no Açude Aurora, também no Rio Salgado, na cidade do mesmo nome, situada a 283 metros acima do nível do mar. Neste artigo eu disse que a bacia do Rio Salgado era a “caixa d`água” do estado do Ceará,  pois naquela região chove, em média, mais 1.000 milímetros anualmente. Para o leitor ter uma ideia, na bacia do Açude Orós a média de precipitação pluviométrica não chega a 600 milímetros. Acho estes detalhes muito importantes que não foram considerados pelos idealizadores ao Açude Castanhão do extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento-DNOS, que tinha sua sede no Rio de Janeiro, embora o seu acervo tenha sido recebido pelo DNOCS aqui em Fortaleza. Sobre o Vale do Jaguaribe os técnico, do DNOCS se reuniram durante dois  dias (6 e 7 de janeiro de 1986) e concluíram que o Açude Castanhão, na cota, ou altitude, de 50 metros (anotem este detalhe) poderia ser construído, mas com uma acumulação máxima de 1,2 bilhão de m³,  em vez de 6,7 bilhões de m³, como foi projetado pelo DNOS. Mas o projeto original do DNOS foi aprovado pela Secretaria de Recursos Hídricos e pelo então Governador do Estado do Ceará tendo como pano de fundo a Construtora Andrade Gutierrez que já se sabia seria  a empresa responsável por sua construção, o que tornou a discussão muito mais acirrada. Mas eu, irreverentemente,  convicto dos meus argumentos técnicos/científicos,  continuei defendendo a decisão do DNOCS para que esse empreendimento fosse construído com, no máximo, 1,2 bilhão de m³ de acumulação d`água,  ponto de vista que, até hoje, mantenho intacto, sem tirar um só vírgula do que escrevi em 1999: “O tempo é o  Senhor da razão”, diz o adágio popular.  Um dos argumentos dos ferrenhos defensores e promotores dessa barragem era dizer que  “Quem fosse contra a Barragem do Castanhão, seria inimigo do Ceará”.  Deixo o leitor tirar suas próprias conclusões. Cássio Borges.


Veículo: O Povo Cidade: Fortaleza Editoria: Opinião Coluna: Jornalista: -
Data: 12/02/15 Pág. 9 Cm/col: 66 Tipo de mídia: Impresso

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