Fábrica Escola

Em menos de dois anos de atividades, o projeto Fábrica Escola – Teoria e Prática para a Vidafoi classificado entre milhares de ações sociais apresentadas por todo o país e recebeu a única menção honrosa da terceira edição do Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos. A iniciativa beneficia cerca de 200 pessoas, entre presos cumprindo pena nos regimes aberto ou semiaberto, recém-saídos do regime penitenciário e ainda seus familiares e dependentes.
A premiação é promovida pela Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) em homenagem à juíza carioca conhecida por lutar incansavelmente pela justiça social. A cerimônia aconteceu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e contou com a apresentação da bailarina Ana Botafogo e do ator Mateus Solano, além da presença da apresentadora Xuxa Meneghel.
“Este é um reconhecimento que nos encoraja a reforçar nossos esforços diante de um projeto tão gratificante como o Fábrica Escola. Ele é de vital importância para a sociedade, pois trabalhamos com uma alternativa para pessoas que se encontram em situação considerada por muitos como sem solução”, afirma Vicente Pereira, responsável pela Fundação Deusmar Queirós, principal mantenedora do projeto.
O responsável pelo projeto comenta que chegar a um patamar desses, em tão pouco tempo, foi a maior recompensa obtida durante esse período. Ele lembrou que o projeto obteve o reconhecimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por seu alto alcance social, recebendo o selo do programa Começar de Novo. Ainda no mês de dezembro, o Fábrica Escola também foi qualificado ao Prêmio Innovare, que busca identificar, premiar e disseminar práticas inovadoras realizadas por magistrados, membros do Ministério Público estadual e federal, defensores públicos e advogados de todo o Brasil.
Em seu primeiro módulo, o projeto já atendeu 83 apenados, além de seus familiares e dependentes, em um total de 200 pessoas. Segundo Pereira, cerca de 20% dos assistidos já foram reinseridos no mercado e trabalham com carteira assinada. Os reeducandos do programa recebem um conjunto de esforços, incluindo cursos de alfabetização, empreendedorismo, educação financeira, informática e diversas oficinas de trabalhos específicos. Os participantes também têm direito a 3/4 de um salário mínimo, vale-transporte, alimentação e cesta básica, além de acompanhamento social, pedagógico, psicológico, assistência médico-dentária e jurídica.
“Mostramos um caminho de ressocialização que pode ser seguido pela iniciativa privada. Somente no Estado do Ceará temos cerca de 18 mil encarcerados, que custam em média R$ 3 mil por indivíduo ao poder público. Estimamos que nesse projeto gastamos R$ 1,5 mil por participante. Se descontarmos a parte que é investida pela iniciativa privada, como a locação do espaço que é provida pela Fundação Deusmar Queirós e outras doações, esse valor cai para cerca de R$ 1 mil”, explica Pereira.
Com a visibilidade conquistada por meio das premiações, a intenção dos realizadores é expandir a ação para um número maior de pessoas. Atualmente, o espaço tem capacidade para atender 300 pessoas. “É um caminho difícil de se trilhar até chegar a essas pessoas e convencê-las a se adequarem a um conjunto de normas, já que elas muitas vezes convivem em um ambiente bastante desfavorável. Mas cremos que, com essa projeção e com uma maior visibilidade, poderemos ampliar esse trabalho até nos tornarmos autossuficientes em três anos de atividades”, acredita.

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