Asas do Sonho

Na próxima sexta-feira (26), às sete da noite, no auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, a Associação Vidança lança o livro Asas do Sonho.
A publicação celebra e resgata a trajetória de 33 anos da Associação Vidança na formação de crianças e adolescentes em arte, com foco na música e na dança, com atuação no bairro da Vila Velha e adjacências.
O projeto foi contemplado no V Edital Mecenas do Ceará (2013), da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com o apoio cultural da Coelce. Portanto, a distribuição do livro será gratuita para os convidados do evento e, posteriormente, para alunos, professores e parceiros da ONG, além de instituições que pesquisam dança.
As autoras Anália Timbó, bailarina, coreógrafa, professora e fundadora da Vidança, e Ângela Linhares, doutora em arte-educação, narram essa história de luta e esperança em três etapas, que se complementam para que o leitor construa uma imagem mais ampla do trabalho desenvolvido pela ONG.
Primeiramente, revelam a origem da Vidança e a metodologia de ensino desenvolvida e adotada pela sua Escola de Artes e Ofícios.
A seguir, imagens dos principais espetáculos da companhia de dança se costuram com prosas sobre tudo o que inspira essas criações coletivas. E, por fim, traz dois ensaios de fotógrafos que acompanharam de perto as ações da Vidança: Jarbas Oliveira e Alex Hermes.
A origem da associação remete à história de vida de sua fundadora. Anália, que vivia na Barra do Ceará com sua família, teve sua formação graças a uma iniciativa pioneira de ensino da dança às classes populares, em 1974, ao ingressar como aluna da Escola de Dança do Serviço Social da Indústria (Sesi).
Em 1977, a Escola de Dança Clássica e Neo-Clássica do Sesi foi extinta, sendo que, em 1979, Anália assume como professora a Escola de Dança do Sesi e dá prosseguimento ao trabalho com crianças e adolescentes filhos e filhas de operários, e em geral da comunidade, repassando às classes populares seus conhecimentos como bailarina e coreógrafa, sempre vinculados a uma escuta do território como lugar de expansão da arte e da vida comum.
Em 1981, Anália, então, criou o Grupo Vidança, hoje Associação Vidança, juntando sua família de bailarinos, que vêm do sertão de Santa Quitéria. 
“A iniciativa de criar a Vidança devolve as oportunidades que tive no Sesi da Barra do Ceará, ao tempo do doutor Pompeu de Sousa Brasil Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria, que trouxe do Teatro Municipal do Rio de Janeiro o primeiro bailarino e coreógrafo Dennis Gray, em 1974. Ele preparou toda uma geração de bailarinos, em geral, filhos de operários, para apropriar-se da arte da dança e fazer dela sua vida. Além de mim, formou meus irmãos Francisca Timbó, bailarina que integrou a Victor Navarro Companhia de Dança por mais de 10 anos; Socorro Timbó, que participou da criação da Vidança Companhia de Dança e hoje é professora, além de integrar o seu corpo de baile; e Francisco Timbó, que se tornou primeiro bailarino do Teatro Municipal do Rio de Janeiro”, relembra Anália.
Através da sua história de vida, ela constrói a história do sujeito coletivo que é o conjunto de todos que fazem a Associação Vidança.
“A história contada a partir do ponto de vista de sua criadora, sem dúvida expressa o vínculo inequívoco entre a história pessoal de Anália Timbó e a do coletivo que ela vai aglutinando em torno de si e que passa a funcionar como um sujeito coletivo, uma escola e corpo de baile a um só tempo; melhor dizendo, uma escola e uma companhia que oportuniza o diálogo entre gerações e a dança”, explica Ângela Linhares.
“Dançar é sonhar, é se fortalecer para construir situações de luta e possibilidades, mesmo em meio a contextos tão adversos. Na verdade, a coisa mais importante que ensinamos quando dançamos é gostar de viver - e essas crianças precisam dançar para continuar vivendo e sonhando – na verdade, realizando transformações a partir de si mesmas, em direção a experiências mais felizes”, diz Anália Timbó.
Para celebrar os 33 anos da Vidança, outros eventos e ações estão sendo realizadas em dezembro, como a exposição itinerante Memorial Vidança e a apresentação do espetáculo Histórias de Acordar o Amanhã, que circularam pelas cidades de Horizonte, Itarema e Fortaleza. Enquanto a exposição e o livro têm como objetivo levar ao grande público um recorte especial da história da Vidança, a circulação do espetáculo visa à prática do aprendizado, ao aprimoramento de alunos e professores e à formação de plateia.
Essas ações também foram contempladas pelo V Edital Mecenas do Ceará (2013), da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com o apoio cultural da Coelce. O apoio da Coelce viabilizou a manutenção em 2014 das atividades formativas em arte, música e dança da Associação Vidança, que hoje beneficia em média 200 pessoas da comunidade do bairro Vila Velha e adjacências.
Sobre a Vidança – A Associação Vidança surgiu em 1981, através do trabalho de sua presidente Anália Timbó, professora, bailarina e coreógrafa. Com formação na Escola de Dança Clássica e Neo-Clássica do Sesi, voltada para as classes menos favorecidas. Em 1979, ela assumiu o trabalho com crianças e adolescentes filhos de operários, no bairro Vila Velha, na Barra do Ceará. São 33 anos de existência do projeto que busca, através de novas parcerias, cumprir sua meta de formar profissionais desde a infância, proporcionando uma formação em arte, cujo núcleo é a dança e a música.
Dentre os núcleos da associação estão: a Escola de Artes e Ofícios Vidança que desenvolve a formação em dança, balé clássico, dança contemporânea, danças dramáticas e folclóricas, dança criativa, alongamento, consciência corporal, criações viso-manuais, percussão com o grupo Tambatuque do Vidança e Retalhos da Vida -que promove encontros e propicia a troca de saberes entre as gerações como forma de envolver e fortalecer os vínculos familiares.
Com 31 espetáculos montados e apresentados, a companhia de dança já se apresentou pelo interior do Ceará, em diversas capitais do Nordeste - como Piauí, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba (João Pessoa e Campina Grande) - com o espetáculo “Catu Macã: Guerra Bonita”, em 2009/2010. No Rio de Janeiro, participou do Criança Esperança, da Rede Globo, abrindo o Fantástico em 2008 com o espetáculo Brincar de Ser. Para Nova Iorque (Estados Unidos) levou o espetáculo “Terreiros de Sol e Lua” em 2007, á convite da BrazilFoundation. Além disso, participou de quatro filmes, com destaque para Rânia, de Roberta Marques, e Homens com Cheiro de Flor, de Joe Pimentel. 
Esse ano, Anália Timbó recebeu homenagem da organização internacional BrazilFoundation durante evento de gala realizado em setembro em Nova Iorque (EUA), que teve como tema “Celebrando Mulheres”. A homenagem foi concebida devido aos seus esforços de apoio aos jovens em Fortaleza, mas também como exemplo de responsabilidade e compromisso social perante a comunidade de apoiadores e parceiros da instituição.
SERVIÇO
LANÇAMENTO DO LIVRO ASAS DO SONHO
Data: 26/12/2014
Horário: 19 horas
Local: Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)

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