AFN na XI Bienal do Livro

Um universo caótico; uma perspectiva pessimista do futuro; o completo oposto de um mundo utópico que possui um sistema perfeito e um estado ideal de perfeita felicidade. Essas são algumas definições do termo “distopia” discutido na palestra da manhã de hoje, na XI Bienal Internacional do Livro do Ceará, cujo tema foi “Jogos Vorazes - distopia e poder no universo fantástico”. A conversa contou com a participação de Soares Júnior e Annalies Borges (foto), integrantes do grupo INtocados (www.intocados.com.br), e um público envolvido e participativo na discussão.
Passando por uma contextualização inicial sobre a trilogia Jogos Vorazes da escritora Suzanne Collins, formada pelos livros “Jogos Vorazes”, “Em Chamas” e “A Esperança”, a conversa discutiu a evolução das personagens ao longo dos três livros, a adaptação para o cinema (o filme “A Esperança - parte 1” foi lançado em novembro deste ano) e as influências e semelhanças da obra com a realidade atual. A trilogia reflete os anseios e as inquietações da autora acerca da sociedade atual. Da mesma forma que outras obras distópicas. É o caso dos filmes Blade Runner (1982), Elysium (2013) e da série The Walking Dead (iniciada em 2010), alguns exemplos citados no bate-papo. “Os autores fazem parte do seu tempo e a arte deles é parte do meio onde vivem. Faz parte do espírito do tempo deles”, afirma Soares Júnior.
Soares Júnior comparou a ideologia utilizada para criar o evento dos Jogos Vorazes com o que diz o filósofo francês Michel Foucalt sobre as prisões. “Elas não existem para manter você dentro e sim para criar o medo de entrar. A prisão é o abismo social”, declarou Soares fazendo referência ao propósito de punição dos Jogos Vorazes, o qual cria e mantém a população com medo e submissa ao poder da Capital do estado Panem, nação onde se passa a narrativa da trilogia.
Fãs da série, as estudantes de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará, Larrissy Leal e Julieta Parente, assistiram à conversa e contaram que são fascinadas pela história. Larissy, 21 anos, assistiu ao primeiro filme sem conhecer nada da obra e se encantou de imediato. “Através da literatura, podemos tocar outras classes e falar de temáticas de uma forma menos acadêmica”, ressalta Larissy.
Contação de histórias - Também durante a manhã, a renomada contadora de histórias e escritora Ieda de Oliveira presenteou os pequenos com “O Gato Marquês e outras histórias”. Na história, o Gato Marquês era um espertalhão que dizia ser neto do Gato de Botas e vivia a caçar passarinhos na floresta. Como resultado de suas peripécias, os pequenos voadores fugiram para bem longe para não virarem lanche do bichano guloso.
A XI Bienal Internacional do Livro do Ceará segue até o próximo domingo (14), das nove da manhã às dez da noite, no Centro de Eventos do Ceará.

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