O voto é o apito da Política

No Pais do futebol, uma Copa que se desenrola em solo pátrio traz
muitas lições. Não no campo, mas numa outra esfera. 
Não só no futebol a bola é redonda. A politica também é, mas da pior
forma. 
Nada a ver com o espetáculo dos passes e do drible que levam ao gol. Mas do jogo baixo, da rasteira, dos amigos de ocasião, e dos adversários de conveniência. Ou vice-versa. é por isso que aliados de ontem,são adversários hoje. E amanha, podem estar todos juntos novamente. Não há bodas de outro na política. nem de prata. O caso mais emblemático e longevo de amizade na politica cearense durou 23 anos. Faltaram dois para a celebração.
No futebol, também há trapaças, chutes da canela para baixo. Há espertezas, como fingir cair na pequena área para cavar um pênalti.
Vergonhoso, mas ao menos no futebol há um juiz a quem se atribui o poder de validar ou não a jogada. E na política ? essa figura existe. E existe em numero de milhões. NA POLITICA, O JUIZ É PLATEIA DO FUTEBOL. Mas em nÍvel de consciência ainda tão precário na sua maioria que usa o apito como brinquedo, não como instrumento de decisão. O VOTO É O APITO DA POLÍTICA. É por isso que futebol é usado como instrumento de alienação e a grande maioria dos torcedores, como massa de manobra.
Futebol e Politica guardam tantas semelhanças, que um ex-presidente
costumava metaforizar recorrendo às figuras de linguagens ou jargões futebolísticos. Uma cultura perigosa porque ao unir duas atividades que mexem cada vez mais com emoção - mesmo quando envolve a razão -, não se deu conta do risco.
Trazer a Copa para o Brasil foi considerado um grande gol da gestão do ex-presidente Lula. Se ocasião foi pensado em algum legado que evento traria ao Pais (obras de mobilidade, aeroporto, portos, estádios) foi o de menos.
Muito mais um ato de afirmação de poder e de uma satisfação pessoal, aliada ao desejo de levar o circo para o pais do bolsa família, uma obra necessária que precisa se tornar desnecessária se quisermos manter a inclusão social com sustentabilidade.
Por mais que se busque no plano racional uma explicação para o amor
incondicional a um time não há como justificar o fanatismo que acomete milhares de torcedores que adoecem, xingam, chutam, matam e se enlutam pelo time do coração quando algo não vai bem. A vaia, reincidente, mas sobretudo os xingamentos de baixo calão à presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo deram-se nesse contexto, embora totalmente reprováveis, onde a politica e o futebol se misturaram e a presidente surgiu com a camisa do adversário a quem se manda para qualquer parte. Ou um jogador que pisou na bola.
A manifestação de parcela das mais de 60 mil pessoas no Itaquerão foi um grito solto ao vento. Pode não querer dizer nada na hora das urnas. 
A grande massa que faz o gol, que decide as eleições - os milhares de
beneficiários do bolsa família no Brasil e que não estavam lá - sofre com o apito na boca.
E, nesse caso, o árbitro Wilmar Roldán não pode anular o gol.

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