Diálogos Circenses

A Associação dos Proprietários, Artistas e Escolas de Circo do Ceará (Apaece) irá promover, de 13 de maio a três de junho, os Diálogos Circenses. Através de rodas de conversas com os principais personagens do circo no Estado, com mediação de pesquisadores e relatos de comunicadores, o objetivo é desvendar a memória social da arte circense no Estado, contribuindo assim para a preservação da história, mas também para traçar novos caminhos daqueles que mantêm viva uma das mais antigas manifestações artísticas. Os Diálogos Circenses acontecerão sempre às quartas-feiras, das 14 às 17 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste (Rua Conde d’Eu, 560 – Centro).
A primeira roda de conversa (dia 13 de maio) terá como tema “O viver e a criação em coletivo: famílias, trupes, companhias e circos”, sendo os convidados: Edson Pinto Brandão, o Brandão (Circo Halley); José de Abreu Brasil, o Palhaço Pimenta (Circo do Teatro Pimenta); Reginaldo Aparecido Calvo, o Casimiro (Circo Tropical); Antônio Reginaldo Moura Soares, o Palhaço Garrafa (Circo London); Como debatedores, participarão o ator e dramaturgo Ricardo Guilherme e o produtor, articulador cultural e coordenador do projeto, Leandro Guimarães. Os relatores serão o jornalista Paulo Renato Abreu e a pesquisadora Edneia Tutti neste primeiro encontro.
Os Diálogos Circenses integram o projeto Circo, Memória e Identidade, que nessa ação tem promoção do Governo Federal, por meio do Fundo de Direito Difuso, do Ministério da Justiça. O projeto teve início em 2010, através de uma iniciativa memorial que parte da pesquisa e catalogação de fotografias da história do circo no Ceará, reunindo imagens pertencentes ao arquivo pessoal das famílias circenses. Esse trabalho resultou em uma exposição, em 2012, na Galeria Antonio Bandeira, mas ganhou caráter itinerante. Visitou o Festival dos Inhamuns, a Bienal Internacional do Livro do Ceará, a Casa de Juvenal Galeno, e hoje habita o Teatro das Marias, em Fortaleza.
“Antes disso, havia pouco conhecimento da vida e trajetória de boa parte dos circenses que passaram pelo Ceará neste último século. Acrobatas, atores, malabaristas e palhaços que dedicaram — e muitos deles ainda dedicam — a maior parte de seu tempo ao circo não tinham visibilidade pública que correspondesse às suas grandes trajetórias, aos tracejados que fizeram no mapa do Estado, encantando públicos em cidades, vilarejos e sítios”, explica LeandroGuimarães.
O produtor e articulador cultural destaca que, através das discussões e do mapeamento feitos a partir da coleta das informações, se fortaleceu a Associação dos Proprietários, Artistas e Escolas de Circo do Ceará (APAECE), entidade que cuida dos interesses da classe. O fato exemplifica como esses dados de memória serviram para o desenho do presente: a memória também é política.
“O resultado simbólico disso é enorme. Imaginemos só o que a ação significou para as famílias circenses, em termos de auto-estima e ânimo para continuar tocando a vida e a lona. O que faz dessa empreitada uma aventura afetiva. E por que há tantos ganhos, não se pensa em parar”, reforça Leandro.
Por isso, em 2015, foi lançado o catálogo Circo, Memória e Identidade, reunindo as mais representativas fimagens da exposição, além de artigos de especialistas sobre a memória social do circo no Ceará. Agora, começam os Diálogos Circenses, rodadas de conversa com figuras do circo cearense de diversas idades, ocupações e lugares.
Além dos textos que compuseram o catálogo, que fazem parte de uma produção acadêmica na área, a investigação sobre o circo prossegue através das palavras daqueles que vivem a arte. No total, serão 4 encontros semanais, buscando colocar no centro das atenções esse grande acervo imaterial que são as recordações, narrativas, causos, desejos e sonhos de importantes circenses do Estado.

Sobre os circenses:

Edson Pinto Brandão, o Brandão (Circo Halley)

Nasceu em 04 de março de 1947, na barraca de circo de seu avô, do antigo Circo Boa Noite, de Fortaleza. Compõe a terceira geração de circo da família Brandão e está a frente do Circo Halley.

José de Abreu Brasil, o Palhaço Pimenta (Circo do Teatro Pimenta)

Antigo proprietário do Mirtes Circos, junto com sua então esposa, dona Mirtes. É um dos palhaços com mais tempo de atividade no Brasil e, por isso, ganhou o Prêmio de Mérito Artístico da Funarte/Carequinha, como também se destacou ao ser o Primeiro Mestre Cearense de Circo do Ceará, sendo considerado um tesouro vivo da cultura. Casou-se novamente e com a família compôs o Circo Teatro Pimenta.

Reginaldo Aparecido Calvo, o Casimiro (Circo Tropical)

Casimiro Calvo é circense e dedicou sua vida ao ofício dessa arte milenar. Hoje, com pouco mais de 70 anos, considera-se realizado por todo trabalho que realizou e com o patrimônio que construiu ao longo de sua extensa jornada profissional e pessoal.



Antônio Reginaldo Moura Soares, o Palhaço Garrafa (Circo London)

Nascido em família circense, Antônio Reginaldo Moura Soares dedicou toda sua vida ao circo. É criador do personagem Palhaço Garrafa e já fez vários cursos na área de circo e cinema.



Serviço:

DIÁLOGOS CIRCENSES #1

Tema: O viver e a criação em coletivo: famílias, trupes, companhias e circos

Data: 13/05

Horário:Das 14h às 17h

Local:Centro Cultural Banco do Nordeste (Av. Conde d’Eu, 560 – Centro).

Mais informações: (85)3081.2757




Grátis



* Demais datas (20/05; 27/05 e 03/06) em composição de participantes

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