Desenhos para Projeção

O artista sul-africano William Kentridge abre ao público cearense a exposição “Desenhos para Projeção”, no Centro Cultural Banco do Nordeste do Brasil-Fortaleza (CCBNB-Fortaleza), em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco.
A mostra será inaugurada na próxima terça-feira (16), às 18 horas, sendo resultado da compilação de dez filmes de animações feitos por Kentridge até 2011. A exposição integra o projeto “Política da Arte”, iniciado, em 2009, na Fundação Joaquim Nabuco, com a ideia de que mais que dar visibilidade a imagens e ideias criadas, a arte é capaz de desafiar os consensos e acordos que organizam e apaziguam a vida.
Os “Desenhos para Projeção” são apresentados na segunda sala da galeria, seguindo a ordem cronológica de sua realização. Na primeira sala, está em exibição um documentário sobre a obra do artista, além de estarem disponíveis os créditos e sinopses de cada uma das animações, acompanhados de informações sobre o contexto político na África do Sul no período em que os trabalhos foram produzidos.
Personagens
O personagem central dos filmes é Soho Eckstein, um poderoso empresário dos ramos imobiliário e de mineração, alguém que “comprou metade de Johannesburgo”, descrita como uma cidade de paisagem árida e quase devastada. Em oposição a Soho, o artista introduz o personagem Felix Teitlebaum, um homem solitário e sensível que parece desprezar a busca desenfreada por riqueza empreendida pelo outro.
“Em paralelo a este fio de trama, os filmes evocam, em imagens e conceito, o ocaso do regime de segregação racial (apartheid) na África do Sul e a difícil afirmação de um regime democrático nos anos que se seguiram às primeiras eleições multirraciais no país, em 1994”, afirma o pernambucano Moacir dos Anjos, curador da exposição.
Segundo ele, as animações de William Kentridge exibem vestígios nítidos do processo de construção e criação da obra. Sobre o processo de produção, Moacir conta que “cada sequência dos filmes é criada a partir de um único desenho feito com carvão e pastel sobre papel branco, no qual efetua milhares de pequenas e sucessivas intervenções, registrando fotograficamente o desenho após cada modificação que é nele feita, para só então executar a alteração seguinte”.
Para o artista, “desenhar é buscar algo que não se conhece ainda, é pesquisa intransitiva”. “É mecanismo de construção de conhecimento que assume a hesitação como elemento central de sua feitura”, afirma.
Obra diversa
William Kentridge (Johannesburgo, África do Sul, 1955) possui uma obra diversa e vasta que inclui desenhos, filmes, objetos, instalações e incursões no teatro, ambiente onde iniciou sua trajetória artística em meados da década de 1970.
Tornou-se mais conhecido, entretanto, para além de seu país de origem, com os filmes de animação que começou a fazer em 1989, em meio aos muitos outros projetos de naturezas distintas que ainda agora desenvolve.

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