Grupo de Tradições Cearenses, 50 anos

Iraguassu Teixeira entrega placa ao presidente do GTC, João Freitas (foto André Lima)
A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) realizou sessão solene ontem à noite, no plenário Fausto Arruda, em comemoração aos 50 anos de fundação do Grupo de Tradições Cearenses, que acontece hoje.
A homenagem teve como proponente o vereador Iraguassu Teixeira (PDT), através do requerimento 2328/2016, aprovado por unanimidade pelo plenário da Casa Legislativa. A sessão foi presidida por Iraguassu Teixeira, representando o presidente da CMFor, vereador Salmito Filho (PDT).

A mesa foi composta por Suzete Nunes, secretária-adjunta da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, representando o governador Camilo Santana (PT); Vanja Fontenele Pontes, vice-procuradora geral de Justiça do Ceará; João Artur Freitas da Rocha, presidente do Grupo de Tradições Cearenses; Verônica Barbazan, cônsul do consulado da Espanha; Vlademir Spinelli, diretor do Centro de Estudos Sociais Aplicados da Universidade Estadual do Ceará (Uece); Ricardo Veloso, representando a professora Valquíria Mendes, presidente da Comissão Cearense do Folclore; Arleni Portelada, diretora da Associação Cearense de Imprensa (ACI).
Em sua saudação aos presentes, Iraguassu Teixeira se dirigiu aos “eternos integrantes e amigos do grupo de tradições cearenses, destacando a noite de homenagem ao trabalho cultural do grupo que evidencia a arte popular e cultura cearense.
“Em 2011, comemoramos os 45 anos de fundação e neste ano não poderíamos deixar de homenagear esse grupo que há 50 anos vem pesquisando, estudando a apresentando as manifestações folclóricas do Ceará, Brasil e do Mundo, no intuito de manter e preservar nossos costumes”, observou..
“Como apreciador e defensor da cultura nordestina, admiro o trabalho desse grupo que vem ensinando as diversas pessoas o valor do nosso folclore, que está na culinária, na redinha onde cochilamos, nas adivinhações, na festa do padroeiro e até no nosso trabalho. O Grupo que surgiu de vivencia da professora Elzenir Colares, iniciou suas atividades apresentando música espanhola. Depois visitando o interior do Ceará, passou a introduzir o folclore cearense. Com a criação da Emcetur passou a ter o nome Grupo de Tradições Cearenses, dando início a vários grupos”, pontuou.
“Elzenir Colares é uma inspiração que vai perdurar ainda por muitos séculos. Nem mesmo as dificuldades de recursos fez com que o grupo desistisse dos seus propósitos de levar as tradições para onde quer que seja. Foi assim em 1982, quando o foi o único representante do Nordeste nos festivais internacionais na França, Friburgo (Suíça) e Barcelona, na Espanha, Peru e Marrocos, onde comemorou o Réveillon em 1988, ao lado do Rei daquele país e do eterno Joãozinho Trinta. A Casa já concedeu a medalha Boticário Ferreira à professora Elzenir e ao próprio grupo. Tenho certeza que comemoraremos os 100 anos”, frisou.
“Em nome do povo de Fortaleza, o mais sincero agradecimento pela dedicação e compromisso com a nossa cultura e nossas tradições. Comemoremos nos próximos dias 14 e 15 no maior palco da nossa cultura o Theatro José de Alencar. A história do GTC se confunde com a história de Fortaleza e do Ceará. Quero confirmar o grupo como a marca do folclore Nordestino. Que venham as futuras gerações para não deixar morrer a semente plantada por Elzenir, em 12 outubro de 1966. Parabéns aos envolvidos na brilhante trajetória do Grupo de Tradições Cearenses”, finalizou.
Em seguida Iraguassu Teixeira entregou uma placa comemorativa pelos 50 anos de fundação do Grupo de Tradições Cearenses ao presidente da instituição, João Artur Freitas da Rocha, que em sua saudação aos presentes afirmou que há 50 anos surgia o grupo espano brasileiro no curso de cultura espanhola, liderados pela professora Elzenir Colares. Segundo ele, ela era recém-chegada da Espanha, onde teve aulas de danças espanholas naquele país. E o grupo começou a atuar naquele ano.
“A Universidade Federal do Ceará (UFC) ainda capitaneada pelo reitor Martins Filho, deu o título de Hororis Causa, ao professor Adolfo Cuadrado Muñiz, que além do título recebeu um belo espetáculo de o Grupo. Impressionado, ele prometeu levá-lo a um festival na cidade de Cáceres na Espanha, mas deveria apresentar danças cearenses. Daí passou a diversificar seu repertório. Depois surgiu a Emcetur e a professora Elzenir participou da comissão que ficou de fazer levantamento da cultura e tradições. Então o Grupo passou a ser chamado de Tradições Cearenses”.
“Em 1970, o grupo montou o espetáculo “Brasil em Ritmo de Folclore”, apoiado pelo antigo CPOR, que viajou 52 dias do país, de Natal até a Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre foi recepcionado pelo Centro e Tradições Gauchas 35, onde os dançarinos viraram peões e dançarinas, as prendas, onde aprenderam as danças dos pampas gaúchos”.
Ele destacou que de viajem em viajem, o grupo foi aprendendo as danças tradicionais de cada estado. “Em um festival internacional do Folclore em Caruaru, o grupo caiu nas graças de dona Maria das Graças, delegada do CIOP – comité internacional de festival folclore da Unesco. Ela então levou o grupo para três festivais na Europa, no Peru e em Marrocos. Hoje o repertorio conta com danças da América Latina, Europa e Ásia, mas o coração bate mais forte com as danças cearenses, como Xaxado, Torém, Maracatu, São Gonçalo, que mostram o Ceará”.
“Seria injusto não citar os pescadores da Colonia Z-8, Irmãos Aniceto, que proporcionaram a pesquisa. Quero agradecer as equipes dos teatros José de Alencar, São José e da Emcetur. As costureiras, os familiares. Não poderia deixar de citar alguns membros dessa Casa, que representa a força do povo, como o ex-vereador José Maria Pontes, e os vereadores Guilherme Sampaio e Iraguassú Teixeira”, concluiu
Também se pronunciou sobre o grupo, falando de sua ligação com o mesmo, o professor Vlademir Spinelli, da Uece: “Saiba a Elzenir que ela é um dos nomes que carrego no meu peito de cearense. Eu a respeito profundamente, foi um das pessoas que mais defendeu e batalhou a Cultura Cearense, talvez seja a dama da cultura cearense, porque ela a representa”, finalizou..
Histórico
O Grupo de Tradições Cearenses nasceu em 12 de outubro de 1966, sob o nome de Grupo Folclórico Hispano-Brasileiro, formado por alunos e professores do então Centro de Cultura Hispânica da UFC. Depois surgiu a denominação de Grupo de Tradições Cearenses que vem se configurando um dos principais grupos de divulgação do folclore e das tradições de nossa cidade, através da dança, do teatro e da música. Esse ano, será comemorado seu cinquentenário. São 50 anos de existência e resistência.
Iniciado a partir de uma pesquisa realizada por sua presidente, professora Elzenir Colares, na Espanha, o Grupo começou apresentando danças espanholas, mas logo depois incluiu elementos da cultura cearense cm seu repertório.
O objetivo era levar a divulgação da nossa cultura às comunidades que tivessem menos oportunidades, como fez o poeta espanhol Federico Garcia Lorca com o seu teatro. Uma tourada simulada, no palco do Theatro José de Alencar, foi o embrião de uma história que até hoje rende muitos frutos.
Longas viagens resultaram em apresentações marcantes por todos os recantos do Brasil e até do exterior. A bênção do papa João Paulo II, na década de 1980, em Fortaleza, e as idas do Grupo aos Festivais Internacionais de Folclore até hoje são lembradas com carinho por todos os eternos integrantes.
Grupo de Tradições Cearenses foi responsável pela preservação das manifestações populares da nossa terra através da pesquisa e da prática delas por meio da dança. Em cinco décadas de atuação, o grupo já recebeu diversas premiações, levando nossa cultura c tradição ao mundo inteiro – 20 estados brasileiros e festivais internacionais em países como França, Suíça, Espanha e Peru. Atualmente, o GTC dispõe de repertório com 50 danças internacionais e nacionais, incluindo as que representam as tradições cearenses.
http://wp.cmfor.ce.gov.br/cmfor/camara-homenageia-o-grupo-de-tradicoes-cearenses-por-seus-50-anos-de-fundacao

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