Na Vila das Artes

  • A Vila das Artes, por meio da Escola Pública de Audiovisual (EAV), com o patrocínio da Petrobras, apresenta, neste mês de agosto, a mostra Adolfo Arrieta e o Deslumbre do Real.
  • A ação faz parte do projeto Telas Abertas que integra a programação do Cineclube Vila das Artes e acontecerá entre os dias 22 e 25/8.
  • As sessões serão abertas ao público e gratuitas e acontecem às 18h30, no auditório da Vila.
  • Com curadoria de Érico Araújo Lima, Jorge Polo e Petrus de Bairros, a mostra propõe a exibição de parte da filmografia do realizador independente espanhol Adolfo Arrieta, nascido em 1942, com a aposta em um traço de interlocução com outros cinemas inventivos e do deslumbre, constituído-se, assim, redes de relações que permitam ao público estabelecer aproximações entre Arrieta e outros realizadores experimentais, além de vislumbrar a atualidade e ressonância da abordagem mágica e deslumbrada desse cinema, que faz a imagem pegar delírio.
  • A mostra é pautada por espécies de encontros cinematográficos, em que as obras dos seguintes realizadores fazem um paralelo em cotejamento com o cinema de Arrieta: Maya Deren, Kenneth Anger, Ivan Cardoso, João César Monteiro, Ricardo e Luiz Pretti, Stephen Dwoskin e Victor Erice. As obras destes realizadores são colocadas em contato, a partir de um conceito extraído diretamente da materialidade da obra de Arrieta: o deslumbre do real. 
  • O objetivo é viabilizar a partilha coletiva da experiência de ver o cinema de Arrieta, realizador tão pouco conhecido, mas que tem um trabalho vigoroso e fundamental dentro de um conjunto mais amplo do cinema experimental. Esse objetivo geral se soma a outro, o de tornar visíveis as ressonâncias desse pensamento-cinema em obras de outros realizadores.
  • Durante as sessões, o público poderá conferir as obras: Imitación del ángel; Le Jouet criminel; Nosferato no Brasil; Ritual in Transfigured Time no dia 22, Le Château de Pointilly e Rumo (23), Flammes e Fireworks (24) e Alumbramiento, El crimen de la pirindola, Naissant e Quem espera por sapatos de defunto morre descalço (25). 
  • Após as sessões haverá debate. Os debatedores presentes serão Lara Vasconcelos, Uirá dos Reis, Breno Baptista, Paulo Victor Soares e Polly Di.
  • Sobre os responsáveis pela mostra:
  • Érico Araújo Lima - Graduado em Comunicação Social pela UFC, mestre pelo PPGCom da UFC (Fotografia e Audiovisual) e doutorando pelo PPGCom da UFF (Estudos do Cinema e do Audiovisual). Realizou a curadoria da Mostra Dramaturgias do Comum no Cinema Contemporâneo (Vila das Artes, Fortaleza, 2015). Junto a Lara Vasconcelos e Roberta Félix, foi um dos curadores da exposição “Uma mostra sem qualidades”, no MAC Dragão do Mar, em Fortaleza (trabalho de conclusão dentro do Laboratório de Artes Visuais do Porto Iracema das Artes). Escreve críticas no site “Sobrecinema” (sobrecinemarevista.blogspot.com.br).
  • Jorge Polo - Dirigiu os curta-metragens Duas Cartas (2013, co-direção: Helena Lessa), Hiperselva (2014, co-direção: Helena Lessa, Lucas Andrade e Pedro Lessa), Corações Sangrantes (2015), Carruagem Rajante (2016, co-direção: Lívia de Paiva) e Antes da Encanteria (2016, co-direção: Elena Meireles, Gabriela Pessoa, Lívia de Paiva e Paulo Victor Soares). Participa do coletivo OSSO OSSO, que produz filmes, desenhos e quadrinhos que são dispostos online e impressos, circulando em eventos e feiras. Produz material audiovisual junto do selo de música independente Transfusão Noise Records. Membro do Cinema Defumado, cineclube que acontece desde 2012 na UFF, em que foram produzidas mais de 45 sessões. Entre elas, a Semana Defumado, que trouxe realizadores como Uirá dos Reis e Affonso Uchoa, além de exibir produções dos alunos da UFF.
  • Petrus de Bairros - Realizador e montador, com formação no curso de Cinema da UFF. Montou o curta “Corações Sangrantes” (2015) e "Com o terceiro olho na terra da profonação" (2016). Participa do coletivo OSSO OSSO, que produz filmes, desenhos e quadrinhos que são dispostos online e impressos, circulando em eventos e feiras. Produz material audiovisual junto do selo de música independente Transfusão Noise Records. Membro do Cinema Defumado, cineclube que acontece desde 2012 na UFF, em que foram produzidas mais de 45 sessões. Entre elas, a Semana Defumado, que trouxe realizadores como Uirá dos Reis e Affonso Uchoa, além de exibir produções dos alunos da UFF.
  • Projeto Telas Abertas
  • Em sua segunda edição, o Projeto Tela Abertas, promovido pela Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes abriu a Convocatória e selecionou 11 propostas de curadoria de mostras que irão compor a programação do Cineclube da Vila, de maio a novembro deste ano.
  • Sobre a programação
  • 22 - Imitación del ángel (1966)
  • Duração: 21 minutos
  • Classificação indicativa: Livre
  • Direção: Adolfo Arrieta, Espanha. P&B
  • Sinopse: Quando um anjo toma parte num crime, quais as consequências de sua Santidade? Será possível manter-lhe as asas ou reencontrar a altura dos céus? Algumas mortes-transmutações no cotidiano das relações mundanas.
  • Le Jouet criminel (1970)
  • Duração: 37 minutos
  • Classificação indicativa: 12 anos
  • Direção: Adolfo Arrieta, Espanha/França. P&B e cor
  • Sinopse: Um homem interpretado por Jean Marais anda pela cidade, persegue uma mulher, entra nos sonhos de um anjo e lhe dá uma arma. Um anjo entrelaçado na vida de um outro casal. Desafios ao tempo e à gravidade.
  • Nosferato no Brasil (1970)
  • Duração: 26 minutos
  • Classificação indicativa: 12 anos
  • Direção: Ivan Cardoso, Brasil. Cor e P&B
  • Sinopse: Primeiro filme do diretor Ivan Cardoso, feito em super 8, que mostra um insólito nosferatu (espécie de morto-vivo) em terras brasileiras. No papel, Torquato Neto desfila assustador pelas ruas do Rio de Janeiro.
  • Ritual in Transfigured Time (1946)
  • Duração: 15 minutos
  • Classificação indicativa: Livre
  • Direção: Maya Deren, EUA. P&B
  • Sinopse: Dentro de uma casa, as ações se tornam uma coreografia flutuante. Uma mulher, um jogo com cordas, uma festa que irrompe ao exterior.
  • Debatedora : Lara Vasconcelos
  • 23 - Le Châteu de Pontilly (1971)
  • Duração: 38 minutos
  • Classificação indicativa: Livre
  • Direção: Adolfo Arrieta, França. P&B e cor
  • Sinopse: Uma mulher revive diferentes períodos de sua existência, sob o olhar sutilmente controlador do seu pai. Impunha apenas uma proibição declarada à filha: o Castelo de Pointilly. As experiências se adensam em encarnações quiméricas.
  • Rumo (2009)
  • Duração: 42 minutos
  • Classificação indicativa: 12 anos
  • Direção: Luiz e Ricardo Pretti, Brasil. Cor
  • Sinopse: A vida de dois jovens em busca da liberdade e do amor. Em uma constante montagem paralela o filme revela aos poucos a solidão desses dois personagens.
  • Debatedor: Uirá dos Reis 
  • 24 - Flammes (1978)
  • Duração: 88 minutos
  • Classificação indicativa: 14 anos
  • Direção: Adolfo Arrieta, França. Cor
  • Sinopse: Desde criança, Barbara sonha com um bombeiro que aparece em seu quarto. Ela cresce, mas continua acompanhada de perto pelo pai. Diz-se que vive mais em sua imaginação que no mundo real. O bombeiro transborda para a realidade, causando pequenos incêndios na complicada relação de Barbara com seus próximos.
  • Fireworks (1947)
  • Duração: 13 minutos
  • Classificação indicativa: 16 anos
  • Direção: Kenneth Anger
  • Sinopse: Um sonhador acorda insatisfeito, sai no meio da noite procurando 'uma luz' e é atraído pelo buraco da agulha. Um sonho de um sonho, ele volta para a cama menos vazio do que antes.
  • Debatedor: Breno Baptista
  • 25 - Alumbramiento (2002)
  • Duração: 10 minutos
  • Classificação indicativa: 12 anos
  • Direção: Victor Erice, Espanha. P&B
  • Sinopse: Ambientado na Espanha rural franquista, o filme busca imagens para o tempo no nascimento de uma criança. Toca morte e vida, diferenças sociais, costumes, pessoas.
  • El crimen de la pirindola (1965)
  • Duração: 18 minutos
  • Classificação indicativa: 12 anos
  • Direção: Adolfo Arrieta, Espanha. P&B
  • Sinopse: Um garoto (Xavier Grandès) brinca com seu pião ao invés de fazer a lição de casa e tem alguns devaneios com seu irmão, interpretado pelo próprio Arrieta, e a namorada deste. Primeiro filme do diretor, aclamado pela Cahiers du Cinèma, em 1967, como “a certidão de nascimento de um novo cinema livre na Espanha”.
  • Naissant (1964)
  • Duração: 14 minutos
  • Classificação indicativa: Livre
  • Direção: Stephen Dwoskin, EUA. P&B
  • Locação objetiva: uma cama. Locação subjetiva: os pensamentos. Estar nos pensamentos e a criança por nascer.
  • Quem espera por sapatos de defunto morre descalço (1970)
  • Duração: 34 minutos
  • Classificação indicativa: 12 anos 
  • Direção: João César Monteiro.
  • Sinopse: História patética do “lívido Lívio”, jovem intelectual de Lisboa, originário de uma família pequeno-burguesa desiludida, cuja namorada o abandona. Lívio percorre a cidade na esperança de arranjar algum dinheiro que lhe preencha o vazio do bolso, com expedientes infrutíferos.
  • Debatedores: Paulo Victor Soares e Polly Di
  • Programação
  • 22 - Imitación del ángel (Adolfo Arrieta, 1966)
  • Le Jouet criminel (Adolfo Arrieta, 1970)
  • Nosferato no Brasil (Ivan Cardoso, 1970) 
  • Ritual in Transfigured Time (Maya Deren, 1946)
  • 23 - Le Château de Pointilly (Adolfo Arrieta, 1971)
  • Rumo (Irmãos Pretti, 2009)
  • 24 – Flammes (Adolfo Arrieta, 1978)
  • Fireworks (Kenneth Anger, 1947)
  • 25 – Alumbramiento (Victor Erice, 2002)
  • El crimen de la pirindola (Adolfo Arrieta, 1965)
  • Naissant (Stephen Dwoskin, 1964)
  • Quem espera por sapatos de defunto morre descalço (João César Monteiro, 1970) 
  • Serviço
  • Telas Abertas – Cineclube Vila das Artes
  • Mostra “Arrieta e o Deslumbre do Real”
  • Quando: De 22 a 26/8, às 18h30
  • Onde: Auditório da Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221. Centro)
  • Mais informações: 85 3105.1404.

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