Pauta geriátrica

Estamos preparados para o enfrentamento do que virá em decorrência do crescente envelhecimento populacional em suas diversas esferas – saúde, social, educação, econômica? Está é a proposição de discussão do XX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia (CBGG 2016), encontro que reúne mais de 3.200 participantes, entre geriatrias e especialistas em gerontologia, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza até sábado (11).
Os números mostram que esta nova realidade do perfil populacional não só bate à porta, mas a escancara. Há hoje no Brasil aproximadamente 24 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, conforme dados da projeção demográfica do IBGE para 2016. “O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Em contrapartida, o Brasil ainda não está preparado para ingressar nesta nova realidade e atender às demandas desta população”, conforme esclarece o presidente do Congresso, o geriatra João Bastos Freire Neto.
Freire Neto explica que, se for levado em conta a totalidade da população brasileira, existe apenas 0,7 geriatras para cada 100 mil pessoas. “Se utilizarmos esse mesmo indicador apenas para a população idosa, estimada em 26,1 milhões de pessoas (IBGE, 2015), são 5,4 geriatras para cada 100 mil pessoas, o que significa um médico geriatra para cada 18.505 pessoas idosas”, avalia o presidente da SBGG. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que o ideal seria de 1 geriatra para cada 1.000 idosos.
Segundo ele a disponibilidade de geriatras para o número de pessoas idosas no Brasil está insignificante se comparada a grande maioria das pessoas idosas atendidas pelo médico não geriatra. “Considerando as projeções de crescimento da população e o número reduzido de geriatras no Brasil, o aumento no número de especialistas não acompanhará a demanda populacional”, explica Freire Neto.
De acordo com o médico, é provável que os dados relativos ao geriatra também sejam aplicáveis aos especialistas em gerontologia. “Precisamos engendrar esforços para aperfeiçoar a formação dos médicos e dos demais profissionais da saúde, e de outras áreas, como arquitetura, jornalismo, engenharia civil, advogados, entre outros, disponibilizando maior acesso ao conhecimento em saúde da pessoa idosa”, pontua o presidente da SBGG.
E, no que diz respeito à saúde do idoso, há diversos desafios. O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não está preparado para amparar adequadamente esta população, seja na esfera primária, secundária e terciária da atenção à saúde. Freire Neto reforça que apenas com base no olhar multiprofissional e biopsicossial do indivíduo é possível promover assistência de qualidade ao idoso, seja na esfera da saúde, da educação, no campo socioeconômico e das políticas públicas. “Ainda há um olhar fragmentado do idoso em lugar de uma visão integral e isso precisa mudar”, finaliza ele. 
Pauta 02
Olhar do jovem frente ao envelhecimento é retratado em livro
Iniciativa da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia é lançada no 20º Congresso da especialidade. Encontro acontece de 8 a 11 de junho, em Fortaleza (CE)
Adolescentes das cinco regiões do País, de instituições públicas e privadas, participaram do Concurso Nacional de Redação “Como Eu Quero Envelhecer”, que tem como com o objetivo de levar à esfera da educação do jovem brasileiro o diálogo sobre o envelhecimento, ainda durante o processo de formação deste indivíduo.
Inédita, a iniciativa concebida pelo Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), que deu origem a um livro lançado ontem, em Fortaleza (CE), durante a cerimônia de abertura do XX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia (CBGG 2016), que reuniu os 20 melhores textos de todo o País.
O concurso recebeu um grande número de redações, com um total de 448 textos inscritos, sendo 231 da região Sudeste; 63 do Centro-Oeste; 80 do Sul; 40 do Norte e 30 do Nordeste. A maior parte dos estudantes cursam o 2º ano do ensino médio, com 212 participantes; seguidos de 145 do 3º ano e 89 do 1º ano.
A autora da redação que conquistou o primeiro lugar do Concurso, Julia Baghidadi Pinheiro, de 16 anos de idade, apresentou sua redação aos mais de 3 mil congressistas presentes no evento. Moradora de Morungaba, município pertencente à região metropolitana da cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo, a adolescente e estudante do 3º ano do ensino médio da “Escola Estadual Monsenhor Honorio Heinrich Bernard Nacke”, emocionou a todos com sua expectativa frente ao envelhecimento.
O resultado geral do Concurso surpreendeu os membros da comissão organizadora do Concurso, que é formada por médicos geriatras e especialistas em gerontologia. Para a presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG e idealizadora do Projeto, Maria Angélica Sanchez, a adesão alcançada, esta que é a primeira edição do Concurso, reflete a importância de trazer o tema à discussão junto aos adolescentes e, sobretudo, conhecer a visão desta geração sobre velhice e, também, esclarecer possíveis mitos e estigmas que possam existir sobre o “ser idoso”. “Dar voz a estes adolescentes de hoje, que compõem o grupo que nos próximos 40 ou 50 anos serão os “novos velhos”, é um meio de promover que estes futuros idosos sejam mais ativos e façam parte da força produtiva do país”’, relata Angélica.
Há hoje no Brasil aproximadamente 24 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, conforme dados da projeção demográfica do IBGE para 2016. Angélica relata ser fundamental mostrar aos jovens que o envelhecimento faz parte de um processo natural do ser humano, que tem início desde o nascimento.
Segundo ela, há um mito de que o envelhecimento está associado à perdas, doença e proximidade da morte, ainda parece fazer parte do imaginário de muitos. “Queremos desconstruir o estigma que ainda existe sobre a velhice e mostrar que o envelhecimento não é a via final. Que a expectativa de vida aumenta a cada ano e que há muito que se viver”, relata a especialista em gerontologia.
Para tanto, ouvir os adolescentes, verdadeiros agentes do que chamaremos de idosos no amanhã, ajudará a compreender seus anseios e ouvir suas expectativas e sonhos quanto à velhice, quanto à vida. “É isso o que esperamos com este concurso”, revela o presidente do encontro e da SBGG, João Bastos Freire Neto. Segundo ele, o concurso está integralmente alinhado com a temática central do evento “Como estamos envelhecendo: o indivíduo, a sociedade e o Brasil?”
Seguindo esta linha de pensamento, a SBGG tem se aproximado dos adolescentes, por meio das escolas de todo o país, para levar informações sobre o envelhecimento e, também, para chamar a atenção das escolas sobre a importância de inserirem conteúdos relacionados ao processo de envelhecimento em seus projetos pedagógicos.
Esta é a primeira vez que a SBGG – por meio de seu Departamento de Gerontologia – propõe iniciativa, que faz parte do projeto “SBGG vai às Escolas”.
O olhar do jovem frente ao envelhecimento: SBGG apresenta livro que reúne as 20 melhores redações inscritas no Concurso “Como eu Quero Envelhecer”
Adolescentes das cinco regiões do País, de instituições públicas e privadas, participaram do Concurso Nacional de Redação “Como Eu Quero Envelhecer”, que tem como com o objetivo de levar à esfera da educação do jovem brasileiro o diálogo sobre o envelhecimento, ainda durante o processo de formação deste indivíduo.
Inédita, a iniciativa concebida pelo Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), que deu origem a um livro lançado ontem, em Fortaleza (CE), durante a cerimônia de abertura do XX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia (CBGG 2016), que reuniu os 20 melhores textos de todo o País.
O concurso recebeu um grande número de redações, com um total de 448 textos inscritos, sendo 231 da região Sudeste; 63 do Centro-Oeste; 80 do Sul; 40 do Norte e 30 do Nordeste. A maior parte dos estudantes cursam o 2º ano do ensino médio, com 212 participantes; seguidos de 145 do 3º ano e 89 do 1º ano.
A autora da redação que conquistou o primeiro lugar do Concurso, Julia Baghidadi Pinheiro (foto, à direita), de 16 anos de idade, apresentou sua redação aos mais de 3 mil congressistas presentes no evento. Moradora de Morungaba, município pertencente à região metropolitana da cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo, a adolescente e estudante do 3º ano do ensino médio da escola pública Escola Estadual Monsenhor Honorio Heinrich Bernard Nacke emocionou a todos com sua expectativa frente ao envelhecimento.
O resultado geral do Concurso surpreendeu os membros da comissão organizadora do Concurso, que é formada por médicos geriatras e especialistas em gerontologia. Para a presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG e idealizadora do Projeto, Maria Angélica Sanchez (foto, à esquerda), a adesão alcançada, esta que é a primeira edição do Concurso, reflete a importância de trazer o tema à discussão junto aos adolescentes e, sobretudo, conhecer a visão desta geração sobre velhice e, também, esclarecer possíveis mitos e estigmas que possam existir sobre o “ser idoso”. “Dar voz a estes adolescentes de hoje, que compõem o grupo que nos próximos 40 ou 50 anos serão os “novos velhos”, é um meio de promover que estes futuros idosos sejam mais ativos e façam parte da força produtiva do país”’, relata Angélica.
Há hoje no Brasil aproximadamente 24 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, conforme dados da projeção demográfica do IBGE para 2016. Destes 4 milhões inseridos no mercado de trabalho. Diante desta realidade, Angélica relata ser fundamental mostrar aos jovens que o envelhecimento faz parte de um processo natural do ser humano, que tem início desde o nascimento.
Segundo ela, há um mito de que o envelhecimento está associado à perdas, doença e proximidade da morte, ainda parece fazer parte do imaginário de muitos. “Queremos desconstruir o estigma que ainda existe sobre a velhice e mostrar que o envelhecimento não é a via final. Que a expectativa de vida aumenta a cada ano e que há muito que se viver”, relata a especialista em gerontologia.
Para tanto, ouvir os adolescentes, verdadeiros agentes do que chamaremos de idosos no amanhã, ajudará a compreender seus anseios e ouvir suas expectativas e sonhos quanto à velhice, quanto à vida. “É isso o que esperamos com este concurso”, revela o presidente do encontro e da SBGG, João Bastos Freire Neto. Segundo ele, o concurso está integralmente alinhado com a temática central do evento “Como estamos envelhecendo: o indivíduo, a sociedade e o Brasil?”
Seguindo esta linha de pensamento, a SBGG tem se aproximado dos adolescentes, por meio das escolas de todo o país, para levar informações sobre o envelhecimento e, também, para chamar a atenção das escolas sobre a importância de inserirem conteúdos relacionados ao processo de envelhecimento em seus projetos pedagógicos.
Esta é a primeira vez que a SBGG – por meio de seu Departamento de Gerontologia – propõe iniciativa, que faz parte do projeto “SBGG vai às Escolas”.
Sobre: XX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia
Organizado pela SBGG, entre os dias 8 a 11 de junho, encontro terá como tema central “Como Estamos Envelhecendo: o Indivíduo, a Sociedade e o Brasil”
As condições que afetam a qualidade do envelhecimento do indivíduo, a repercussão das ações e omissões da sociedade perante a população que envelhece e os desafios a serem enfrentados no País serão os pontos-chave do XX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia (CBGG 2016) - “Como Estamos Envelhecendo: o Indivíduo, a Sociedade e o Brasil”.
Organizado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o encontro será realizado até 11 de junho, no Centro de Eventos do Ceará. Teve o Pré-Congresso, em que houve seis cursos interdisciplinares, anteontem.
Mais de três mil profissionais, entre geriatras e especialistas em gerontologia brasileiros e convidados internacionais. Por ser um tema amplo, que envolve diferentes esferas, ligadas ao envelhecimento, haverá ainda a presença de representantes de áreas como arquitetos, designers, engenheiros mecânicos, jornalistas, entre outros.
Segundo o presidente do Congresso, o geriatra João Bastos Freire Neto, “o CBGG 2016 será uma oportunidade de trazer à luz assuntos que possibilitem uma reavaliação dos caminhos que têm sido trilhados no processo de envelhecimento no Brasil e tragam uma nova ótica sobre a pessoa idosa”, avalia.
Em complemento, a também presidente do evento, que está à frente do Departamento de Gerontologia da Sociedade, Maria Angélica Sanchez, ressalta que “as atividades remeterão a uma reflexão sobre o caminhar das políticas públicas, dos modelos de atenção e da capacitação profissional no cenário brasileiro”.

Tatiana Almeida
Comunicação Corporativa
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