Fala Sérgio Machado

O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado desconstituiu sua banca de advogados em Fortaleza, deixou a cidade e negocia uma delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Com isso ele não falará com a imprensa. Uma gravação da conversa de Machado com o ministro do Planejamento, Romero Jucá, em março deste ano, denuncia que o governo Michel Temer agiria para conter a Operação Lava-Jato. A delação de Machado, que presidiu a Transpetro por 12 anos(2003-2015), deve acontecer aos procuradores da Lava Jato em Curitiba (PR).
Na gravação feita pela PF em março passado, Machado diz que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) seria "o primeiro a ser comido". Machado, que foi senador pelo PSDB do Ceará (1995-2002) destaca que situação é grave porque os investigadores "querem pegar todo mundo". 
Machado já havia sido citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa. Em delação premiada, em oito de agosto do ano passado, Costa afirmou que recebeu de Machado R$ 500 mil em dinheiro vivo ‘como parte de um pagamento de propina referente ao fretamento de navios entre 2009 e 2010, que envolvia a Diretoria de Abastecimento e a Transpetro’.
Machado é acusado por improbidade administrativa em licitação para compra de barcaças em Araçatuba (SP). Em setembro de 2014, o MPF requereu à Justiça o afastamento do então presidente da Transpetro e o bloqueio de seus bens. Na ação, o MPF atribui a Sérgio Machado envolvimento em suposto esquema para fraudar o processo de licitação para compra de 20 comboios com 80 barcaças no valor de US$ 239,16 milhões destinadas ao transporte de etanol pela hidrovia Tietê/Paraná, no interior de São Paulo. No ano passado, quando Machado foi citado na Lava Jato, sua assessoria repudiou e disse que ele estava ‘à disposição de todos os órgãos envolvidos nas investigações para prestar esclarecimentos’.
Em dezembro de 2015, a Polícia Federal fez busca a apreensão na casa de Machado em Fortaleza. Foram apreendidos documentos, aparelhos celulares e computadores dele. Os agentes tiveram que quebrar uma porta de vidro para entrar na casa de Machado, no bairro Dunas, área nobre de Fortaleza. Segundo a PF, Machado é suspeito de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Administrador de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e em economista pela Universidade Cândido Mendes, Machado presidiu o Centro Industrial do Ceará (CIC) em 1982, filiou-se ao PMDB e coordenou a campanha de Tasso Jereissati a governador em 1986. Após a vitória foi nomeado Secretário de Governo atuando como coordenador da campanha vitoriosa de Ciro Gomes à Prefeitura de Fortaleza em 1988. Em 1990 ingressou no PSDB e foi eleito deputado federal em outubro. Em 1992 votou pelo impeachment do presidente Fernando Collor e foi eleito senador em 1994. Líder tucano no Senado Federal, retornou ao PMDB em outubro de 2001 e no ano 2002 foi o terceiro colocado na disputa pelo Governo do Ceará.
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