Encontro do Brics

"Há mais de uma década surgia um novo grupo, uma espécie de elite entre países emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China, que passou a ser chamado de Bric. A seguir, com a adesão da África do Sul, o bloco cresceu e viu ser acrescentado um “s” a sua sigla.
A primeira visita oficial da presidente Dilma Rousseff à Índia, onde participou da IV Cúpula do Brics, não teve importância apenas simbólica. Na pauta daquela visita: assuntos vitais para os países integrantes do bloco no ano de 2012, como a crise mundial, seu impacto no comércio e a criação de um banco de desenvolvimento constituído com capital dos cinco países, que financiaria projetos nos próprios integrantes do Brics e em outras nações em desenvolvimento.
Os Brics voltam a se reunir em um novo cenário econômico e social, desta feita, em Fortaleza. Talvez o mundo se volte no momento para a iminente reunião estratégia entre Estados Unidos da América e China, que terá impacto internacional relevante para várias questões atuais como a situação na Ukrania e no Oriente Médio, o que tornará relativa a importância mundial atribuída a esse encontro.
Algumas demandas circunstanciais e específicas podem dar um colorido especial ao encontro: um Putin isolado por seus problemas domésticos, um Zuma à frente de um país em descrédito e com alta corrupção, um Nerendra Modi, que enfrenta uma Índia com inflação e insegurança civil, sem contar com uma Dilma Rousseff e seus problemas de presidente-candidata. A cúpula que reúne os líderes daquelas, ainda consideradas as principais economias emergentes do mundo, pretende se reinventar, por exemplo, incluindo outros países da América do Sul nessa relação.
Para se sentir a importância crescente desse grupo no cenário econômico mundial, basta observar o grau de sua participação na expansão da economia global em 2012. A consolidação de um banco de desenvolvimento reflete essa importância sem, necessariamente, comprometer a participação dos países integrantes em organismos multilaterais, aos quais essas economias emergentes ainda reivindicam uma maior presença e poder de voto nas grandes decisões.
Com isso, os Brics querem ratificar a tese da mudança do centro de gravidade da economia mundial. Demografia, potencial de mercado entre outros fatores justificam o tratamento especial ao grupo. Trata-se de um mercado que soma.
Antonio Caubi Ribeiro Tupinambá, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) em O Povo de hoje.

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