*Tesouro vivo do Ceará: Mestres e Mestras da Cultura marcam presença na Bienal do Livro*
_Ao longo de toda a programação, Mestres e Mestras da Cultura do Estado estarão marcando presença na Bienal do Livro do Ceará com seus saberes_
Cordelista, repentista, capoeirista, medicina popular — esses são apenas alguns dos saberes que um Mestre da Cultura pode deter consigo. Considerados tesouros vivos do Ceará, esses cearenses são importantes por carregarem essas habilidades e transmitirem ela adiante, repassando o conhecimento para futuras gerações, mantendo vivo o ofício.
Na XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, esses patrimônios vivos do Estado são destaques em diversas programações ao longo dos 10 dias do evento, em diferentes eixos. Um deles é o de “Oralidades, Ancestralidades e Mestres da Cultura”, que tem como objetivo valorizar esses detentores de saberes populares e ancestrais.
Como explica Simone Castro, coordenadora do eixo, nem todos os convidados da mesa são titulados com este reconhecimento. “Esse espaço foi pensado para agregar os saberes desses mestres que já são diplomados junto com outros saberes dos que não são diplomados, mas também são mestres”, elabora.
Diferentes tipos de saberes estão sendo compartilhados nos dias de evento, como aqueles que usam do corpo (dramas) e da oralidade (cantoria, cordel e histórias faladas). A lista de convidados é majoritariamente formada por mulheres, seguindo a temática do evento “Das fogueiras ao fogo das palavras — Mulheres, resistência e literatura”.
Uma das mulheres que compõem a lista é a Mestra Terezinha Lima, de dramas. Nesta manifestação cultural, é combinado música expressões corporais para representar situações dramáticas de comunidades rurais. Atualmente com 83 anos, a cearense pratica esse ofício desde os 7 anos de idade.
“Para mim, é importante a minha função de drama, só que não tenho mais a idade que tinha de fazer minhas coisas. Meus trabalhos e minhas danças. Mas tenho os mais novos e vou cooperando com eles”, conta.
Ela esteve na roda “Conversas Ancestrais: Artes da Tradição Oral” neste domingo, 6 de abril, ao lado de Bia Lopes e Auritha Tabajara, duas cordelistas — mediadas por Julie Oliveira, também escritora de cordeis.
O domingo também recebeu outra roda com três Mestres, das 9h às 12h, com Cacique João Venâncio, Cacique Pequena e Zé Mateiro. Intitulada “Conversas Ancestrais: Narrativas Orais e o Sagrado”, o momento foi mediado pela professora Joyce Custódio e teve as vivências dos convidados como foco principal.
Relacionando a oralidade desses mestres com literatura, Simone defende ser a vivência, a memória, antes da escrita. “Porque o corpo vivenciou várias coisas com todos os seus sentidos e depois quer expressar isso em uma outra linguagem, e usa como suporte o papel e a escrita”, explica.
“Acho que isso é uma coisa que precisamos exercitar mais, porque às vezes ficamos presos na linguagem escrita e não vivemos o oral. E tem uns que vivem só o oral e não vão para a escrita. Essas duas linguagens andam de mãos dadas”, finaliza.
No Ceará, os Mestres e Mestras da Cultura ganham o Registro dos “Tesouros Vivos da Cultura”. Eles são selecionados pela Coordenadoria de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e além do reconhecimento institucional, recebem um salário mínimo mensal para auxiliar nas atividades realizadas.
O reconhecimento também entrega o Título de Notório Saber em Cultura Popular, concedido pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), o que possibilita que esses tesouros vivos sejam convidados por universidades para palestras e outras atividades acadêmicas.
*Programação com Mestres e Mestras da Cultura do Ceará*
Ao longo de toda programação da Bienal do Livro do Ceará, mestres e mestras da cultura estarão espalhados distribuindo seus saberes com apresentações, rodas de conversas ou palestras.
Nesta segunda-feira, 7 de abril, o eixo “Oralidades, Ancestralidades e Mestres da Cultura” recebe a roda “Conversas Ancestrais: Narrativas Orais e o Sagrado”, com Mestre Pai Neto Tranca Rua, da umbanda, e Íyá Mirella de Oxum, do candomblé ketu. O encontro acontecerá das 9h às 12h, e será mediado por Mestra Carla Silva.
Na parte da tarde, acontecerá “Conversas Ancestrais: Artes da Tradição Oral”, das 14h às 17h, com participação de Mestre Geraldo Amâncio (repente/cantoria de viola), Mestre João Pedro do Juazeiro (xilogravura e literatura de cordel) e Guilherme Nobre (repente). A mediação será feita por Ewelter Rocha.
A programação completa pode ser acessada no site do evento (bienaldolivro.cultura.ce.gov.br), que mostra as atividades que acontecerão em todos os dias da Bienal.
*XV Bienal Internacional do Livro*
A Bienal Internacional do Livro do Ceará é uma realização do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), via Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O evento conta com o patrocínio do Banco do Nordeste, Rede Itaú, Cagece e Cegás.
*Serviço
Bienal Internacional do Livro do Ceará
Quando: 4 a 13 de abril, das 9h às 22h
Onde: Centro de Eventos do Ceará – Avenida Washington Soares
Gratuito e aberto ao público
Programação no site: https://bienaldolivro.cultura.ce.gov.br
Mais informações para a Imprensa:
AD2M Engenharia de Comunicação
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