Shadow

Cinema Shadow é o título da nova exposição em cartaz no Centro Cultural do Banco do Nordeste-Fortaleza (Rua Conde d’Eu, 560 – Centro – fone: 85 3464.3108), a partir de amanhã (29). A abertura do projeto de construção poética da mineira Laura Lima acontece às 18 horas e tem entrada gratuita.
Concebido partir da ideia do antigo Teatro de Sombras, Cinema Shadow traz em seu conceito a criação e ação resultantes do imediato no imediato. A exposição permite a transmissão instantânea de uma imagem que acaba de acontecer para a tela de cinema a partir da condução de uma partitura – instruções de filmagem –, fazendo com que o filme seja construído e projetado ao vivo. Trata-se da construção de uma ficção, feita ao vivo, em tempo real, sem gravações prévias, fazendo uso de todo o aparato e staff necessários para a construção de um filme.
Laura Lima explica que, para ver a exposição de arte, o público deve ir ao cinema. “O filme possui sessão expandida como uma exposição de arte, podendo durar dias e meses. O público não encontra somente uma previsível projeção de imagens de objetos em ângulos diversos, mas uma trama concatenada de fatos e acontecimentos e alguns acidentes”, detalha.
Autonomia do acaso
A primeira exibição de um filme do Cinema Shadow chamou-se “Unspecified”, realizada em um apartamento em Londres em julho de 2012. “Foi filmado e ao mesmo tempo projetado num cinema durante três dias construindo uma estória de 15 horas de duração”, afirma a artista.
O segundo filme, intitulado “Segundo”, foi projetado em 33 dias a partir de planos sequência de três horas em cada dia, seguindo uma partitura especial criada por Laura Lima. O fluxo da narrativa se dá numa orquestração de fatos e ideias com mais de 50 convidados participantes, resultando em um filme de 100 horas de duração. O “Segundo” teve a colaboração dos artistas Emanuel Aragão, Paulo Camacho, Bruna Lobo, Domenico Lancellotti e Andrea Capella.
No Centro Cultural do Banco do Nordeste-Fortaleza, serão exibidas três horas de filmagens ao vivo por 33 dias, em uma ação definida num roteiro cinematográfico, mas que conta com a autonomia do acaso. “Será uma intervenção inovadora nos espaços do Centro Cultural. Os visitantes receberão um cartão para ir marcando os capítulos de filme que assistirem como uma lembrança da própria participação”, explica a gerente cultural, Jacqueline Medeiros.
Currículo
Laura Lima fundou em 2003, com os artistas Ernesto Neto e Márcio Botner, a galeria de arte “A Gentil Carioca”. É graduada em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Participou de exposições nacionais e internacionais, coletivas e individuais, entre elas a 24° e 27° Bienal de São Paulo, a 2° e a 3° Bienal do Mercosul.
Entre os países pelos quais já apresentou trabalhos estão França, Canadá, Inglaterra e Estados Unidos. Foi indicada ao prêmio PIPA em 2010 e 2011, é ganhadora do Prêmio Marcatônio Vilaça em 2006 e do Bonnefanten Award em 2014.

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